O filme é ruim, a idéia é péssima e além de tudo, os protagonistas (Richard Gere e J. Lo) não conseguem demonstrar nenhuma química.
Quando o filme já é ruim, quando conta tudo que acontece no trailer e não consegue agradar ninguém, possa ter certeza que não vem coisa boa. É, não veio! O filme é muito ruim não só no enredo como no elenco. Não que os atores sejam ruins, mas as combinações de papéis foram muito equivocadas. Fazer um remake de um clássico que fez sucesso é a coisa mais normal hoje em dia, como "A Fantástica Fábrica de Chocolate" que está sendo refilmada com Johnny Depp no papel de Willy Wonka. O problema está em ser tão bom como o original ou aproveitar pelo menos a premissa do anterior. Infelizmente "Dança Comigo?" não teve o sucesso e nem a essência do interessante e japonês "Dança Comigo?" de 1996.
O advogado de Chicago, John Clark (Richard Gere), considera sua vida quase perfeita. Ele ama sua bela mulher (Susan Sarandon), construiu uma carreira de sucesso e criou dois filhos maravilhosos. Mas, ainda assim seu dia de trabalho é sempre aquela mesma rotina maçante de ir e voltar do trabalho para casa e a família sempre ocupada demais para passarem algum tempo juntos. Às vezes, John se questiona se isso é tudo que se pode esperar da vida até que uma noite, quando voltava do trabalho, decide descer do trem e fazer o inimaginável. Sem contar para ninguém, John, secretamente, começa a ter aulas de dança. Quando menos espera, é lançado em um mundo totalmente novo – de movimento, música, camaradagem e paixão. À medida que esse homem tão sério transforma-se, literalmente, em uma pessoa mais leve, toda sua vida, incluindo seu casamento, modifica-se. A professora da escola de dança é a bela Paulina (Jennifer Lopez) que tem uma face triste e melancólica.
Alguns leitores das minhas "críticas" sabem que eu tenho aversão há Jennifer Lopez como atriz. Ela é gostosa pra caramba e tal, mas como atriz ela não consegue emplacar, infelizmente. Enfim, o filme já começa mal quando escolhem Richard Gere e Susan Sarandon para fazerem um casal em crise. Concordo que podia funcionar, mas infelizmente o roteiro não possibilitou isso. Fez com que o papel de Gere fosse praticamente invisível e que mal presenciássemos interpretações da ótima Susan Sarandon (apesar da personagem que ela interpreta ser mais participativa do que a original). Jennifer Lopez se recusou a participar da divulgação de "Dança Comigo?" na época de seu lançamento nos cinemas americanos por causa de atritos com Gere. Acho que foi na época de dor de cotovelo dela quando terminou o relacionamento com Ben Afleck (outro fraco ator).
O filme fixou mesmo numa comédia romântica e não num musical (o que poderia ser mais interessante com este enredo). O gênero escolhido não é ruim, mas a forma que ele foi tomando no decorrer das cenas faz com que ele seja apenas um filme do gênero entre muitos do mercado. Poucas vezes você dá um riso durante o filme e quando acontece é aquele sorrisinho amarelo do Faustão. Eu não quero ser aquele cara chato que persegue os filmes que estão sendo lançados, mas eu não posso é engolir uma porcaria como essa e nem fazer o leitor do CCR passar por uma experiência não muito agradável no cinema (sendo que há ótimas opções, então seria perca de tempo mesmo). Pra você ter uma idéia, os principais personagens do filme são os coadjuvantes. Stanley Tucci comanda a trupe de coadjuvantes que roubam a cena no papel do executivo Link que usa uma peruca para disfarçar sua identidade quando dança. Além de Lisa Ann Walter no papel da gordinha e bocona Bobbie.
Foram gastos U$ 40 milhões de dólares nesse filme. Muita grana não é? Uma pena que a idéia tenha sido mal aproveitada. Há quem vá gostar do longa, afinal, o brasileiro tem um costume muito feio de engolir o que vem dos EUA. Olha que ele não passa de uma novelinha com final feliz. Coisa que vemos na Rede Globo a 40 anos e não cansamos. Pois é, pode agradar a um bocadinho de gente, mas a este editor que vos escreve não passou de mais uma refilmagem fraca, com atores mal aproveitados e muito, muito clichê. O diretor Peter Chelson fez uma comédia romântica legal a um tempinho atrás ("Escrito nas Estrelas"), mas desta vez, mesmo com um elenco estrelar, só o que ficou escrito foi o débito vermelho de fracasso de bilheterias (rs).