Depois de Cameron Diz e Nicole Kidman terem conseguindo ficar feias em filmes, chegou a vez de Charlize Theron. E ela conseguiu ...
Nem sempre beleza é sinônimo de talento. Mas em Hollywood, em sua maior parte, talento é sinônimo de beleza. Principalmente quando falamos de mulheres. Há alguns anos vimos algumas beldades como Cameron Diaz ficar feia e quase irreconhecível no filme "Quero ser John Malkovich" e Nicole Kidman ficar praticamente uma bruxa em "As Horas". Estes foram um marco em transformações e como essas atrizes conseguiram ser tão versáteis a ponto de conseguirem obscurecer sua beleza transparente e conseguirem desenrolar um carisma enorme em seus personagens. Assustou no início, mas quem está no mundo cinematográfico é sujeito a papéis desse tipo.
Em "Monster – Desejo Assassino" foi a vez de Charlize Theron mostrar o porquê de tanto auê nesses últimos 2 anos em relação a sua pessoa. Ela que fez a bela Mary Ann Lomax em "Advogado do Diabo", conseguiu esconder toda sua beleza para interpretar este papel. Charlize faz Aileen Wuornos, uma mulher que foi vítima de abusos durante a infância e que para conseguir o que queria começou a se prostituir desde a sua adolescência. Ela está prestes a acabar com a própria vida quando conhece Selby (Christina Ricci, de "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça"), uma jovem que não tem opinião sexual formada ainda, com quem acaba se envolvendo. Certa noite, depois de ser agredida e violentada por um cliente, Aileen acaba matando o sujeito e roubando seu dinheiro e carro. O incidente desencadeia uma série de outros assassinatos muito semelhantes ao primeiro, que faz com que ela fique conhecida como sendo a primeira serial killer norte-americana.
Charlize recria em cena as atitudes e os trejeitos da prostituta. Não vou negar que o longa dirigido e escrito por Patty Jenkins tente de certa forma humanizar a psicopata. Querendo deixar a impressão de que tudo aconteceu sem que fosse por seu desejo e sim por conseqüências. Mas esse foi o objetivo da diretora. Só não entendo o porquê do título do filme aqui no Brasil possuir o sub-título "Desejo Assassino". Tudo bem que ela demonstra esse lado assassino, mas não era bem o objetivo da diretora (que deixou o nome do filme original somente "Monster").
Assistindo ao filme você entra num mundo diferente. Consegue enxergar que a vida se molda com as conseqüências do dia-a-dia. Quem sabe se Aileen não tivesse sido violentada quando pequena, esta serial killer talvez não existisse. Charlize Theron consegue transmitir com glamour o sentimento e o que passava na cabeça desta assassina. O trabalho não foi fácil. Charlize Theron teve que ganhar 13 quilos para interpretar sua personagem, enquanto sua companheira, Christina Ricci, ganhou 4 quilos. Em algumas cenas na qual mostra o corpo de Aileen, quem já viu fotos de Charlize em outras ocasiões fica assustado como ela conseguiu se transformar tanto para o papel. Os “poucos” U$ 8 milhões gastos no orçamento do filme valeu a pena, principal para Charlize. Ela conquistou por sua interpretação um Oscar na categoria Melhor Atriz, um Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz Drama e um Urso de Prata na categoria Melhor Atriz. Essas conquistas não foram só importantes para Charlize, mas também para seu país natal, África do Sul. Ela foi recebida com festa ao ganhar este prêmio. Até o ex-presidente Nelson Mandela quis dar os parabéns a ela.
O filme ainda mostra relações homossexuais entre as personagens. Em beijos e cenas calientes. Alguns contras que não podemos deixar de comentar, é que "esqueceram" de mencionar durante o filme que ela foi casada e foi presa por espancar seu marido, e o fato da pedofilia do seu pai, que se resumiu a "abusos na infância".
Para quem não conhece o desenrolar da história, eu não fazer o papel de estraga prazeres. Deixo para vocês conferirem esta ótima performance de Charlize Theron, que apesar de algumas falhas no roteiro e na idéia diferente de humanizar a psicopata, não deixa ser um bom filme.