Realmente, este é filme que tem uma merecida nota 10. Tudo nele é perfeito e fiel às paisagens da África. Trilha Sonora jamais vista nos cinemas e uma categórica façanha dos produtores gráficos.
Depois do sucesso de “A Bela e a Fera”, em 1991, e “Aladdin”, em 1992, o estúdio Walt Disney apostou suas fichas em mais um longa metragem, o 32º da sua história e, mais uma vez, conseguiu superar todas as expectativas e quebrar todos os recordes de público nos EUA. Este é o primeiro filme da Disney a partir de uma história totalmente criada por sua equipe, sem ser um conto de fadas ou contos de outros autores. “O Rei Leão” com certeza pode ser denominado O CLÁSSICO desta empresa. Este é um filme engraçado, tenso, romântico, musical e, sem dúvida nenhuma, marcante.
A emocionante história começa quando o rei Mufasa e a rainha Sarabi apresentam o herdeiro Simba aos demais animais do reino, na Pedra do Rei. O grande sábio da região, Rafiki, dá a sua benção ao jovem Simba e prevê um grande futuro para o pequeno leão. Depois de algumas lições sobre o Reino, noções de ataque e alguns limites que ele deve cumprir, Simba conhece seu tio Scar, que sempre almejou ser rei. Sempre com sua inveja e maldade, Scar, em companhia de suas inseparáveis e leais colegas hienas, tramam um plano para acabar de vez com Simba, ou até mesmo com Mufasa, para que ele se torne “dono” da Pedra do Rei.
Não quero me prolongar muito na história para estragar nenhuma surpresa, caso você não tenha assistido ainda esta obra de arte. Mas posso assegurar que muita diversão ainda estar por vir quando Simba conhece Timão (na voz de Nathan Lane) e Pumba (na voz de Ernie Sabella). Muitas revelações, conflitos, romances e o triste sentimento da perda de alguém querido está por vir retratada no belo trabalho da Walt Disney, que mais uma vez supera tudo e a todos.
Durante longos três anos, uma equipe de 600 profissionais dentre técnicos, animadores e artistas criou mais de 1 milhão de desenhos e ainda utilizou os processos mais modernos de computação gráfica da época na realização de uma única seqüência: o estouro da manada de antílopes que corre atrás de Simba, na qual o seu pai tenta salvá-lo. Com apenas 2 minutos e pouco de duração, esta seqüência demorou dois anos para ser completada, e sua confecção exigiu dos artistas um esforço muito maior que a da dança no baile de “A Bela e a Fera” e a da queda na caverna mágica de “Aladdin”, consideradas de difícil realização. No total, “O Rei Leão” tem 1.190 cenas individuais e utiliza 1.155 planos de fundo para contar a saga de Simba. A equipe, no total, era de 800 profissionais que trabalharam arduamente durante 3 anos para conseguir esta “proeza” no qual é considerado Rei Leão.
A história entusiasmou em especial o diretor Rob Minkoff. “Este filme é quase um marco para nós, porque fala do amor entre um pai e um filho, algo que nunca foi mostrado em um desenho da Disney”, disse Rob. Realmente a sua equipe conseguiu mostrar isso muito bem, tanto que o filme atrai as crianças quanto os adultos, sem nenhuma exceção. Não é a toa que ele foi uma das maiores bilheterias nos EUA.
Como costuma acontecer nos desenhos da Disney, alguns animadores de “O Rei Leão” viajaram para a África com o intuito de recompor, com a maior fidelidade possível, o cenário em que ocorre a história. Tal fidelidade, como se sabe é sempre muito difícil de se fazer, mas o esforço valeu a pena. Diferentemente em “Aladdin”, os animadores foram para países árabes observar tipos humanos e acabaram criando um Aladdin com a cara e galã de Holliwood. Os desenhos de “O Rei Leao” mostram, como nunca se viu em desenhos animados, a atmosfera pegajosa das florestas tropicais, o pôr-do-sol alaranjado dos lados do Oceano Índico e paisagens que lembram as savanas “solitárias”. As seqüências são de encher os olhos e é muito gratificante assistir filmes como este.
Sem dúvida nenhuma o mais marcante são suas músicas. Até hoje ainda tenho aqui na minha cabeça músicas como “O Ciclo sem Fim” (Circle Of Life, de Elthon John) ou “Hakuna Matata” (que é cantada por Timão e Pumba no filme). Mas nada que supere a música “Can You Feel The Love Tonight” de Elthon John. É lógico que com esse excelente trabalho não poderia dar em outra: “O Rei Leão” ganhou 2 Oscars – Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original (“Can You Feel the Love Tonight”), além de 3 Globos de Ouro, nas categorias Melhor Filme (Comédia/Musical), Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original (“Can You Feel the Love Tonight”). E se você acha que foi pouco, o CD da trilha sonora vendeu mais de 25 milhões de cópias em todo o mundo.
Durante uma entrevista no lançamento, em 1994, Elthon John foi perguntado se ele esperava que, nesta altura dos acontecimentos, sua carreira fosse ganhar tanto impulso com o filme O Rei Leão. Ele respondeu: ”Honestamente, nunca imaginei que elas alcançassem tanta popularidade, que o filme se tornaria o segundo maior faturamento da história do cinema ou que a trilha sonora teria a explosão de vendas que aconteceu: mais de 25 milhões de álbuns! O interessante é que, quando me mostraram a primeira versão, tinham cortado Can You Fell The Love Tonight. Eu protestei: “Não tinha nenhuma canção romântica no filme!” Para a minha surpresa, o pessoal da Disney concordou e a colocou de volta. E foi a música que ganhou o Oscar deste ano”.
Não poderíamos deixar de comentar as vozes escolhidas pela Disney para dar vida aos personagens de “O Rei Leão”. Jeremy Irons interpreta Scar, vilão da história. James Earl Jones (que fez a voz de Darth Vader em Star Wars) faz Mufasa. Simba exigiu dois atores: Jonathan Taylor Thomas faz sua voz quando pequeno; ao crescer quem faz é Matthew Broderick. Entre os demais atores estão Robert Gillaune (Rafiki, misto de feiticeiro da tribo e sábio residente) e Moira Kelly, que faz Nala. “Quando se faz um levantamento de todos os desenhos realizados pela Disney, vemos que todos têm em comum uma bela história, ótimas canções e – talvez o mais importante – excelentes personagens. Por isso é tão importante a seleção dos atores que farão as vozes. O ideal é reunir atores com experiências variadas entre si – gente que vem do cinema, gente que vem da Broadway”, disse o diretor Rob Minkoff.
Realmente, este é filme que tem uma merecida nota 10. Tudo nele é perfeito e fiel às paisagens da África. Trilha sonora jamais vista nos cinemas e uma categórica façanha dos produtores gráficos. Um show, um espetáculo. Inesquecível.