Uma ótima estréia de Alexander Witt na direção de um longa. Um filme cheio de ação e reviravoltas que consegue envolver do início ao fim da exibição.
A frase “a seqüência nunca é melhor que o original” sempre surge na nossa cabeça quando o número “2” aparece no título. Porém, o ano de 2004 veio pra colocar essa sentença no chão. Grandes seqüências estrearam como “Homem-Aranha 2” e “Shrek 2”. “Resident Evil 2: Apocalipse” não fica longe disso. A continuação da aclamada adaptação do jogo de videogame veio com mais entusiasmo, ação e flexibilidade.
O filme conta a história a partir do ponto onde acabou o primeiro, e dessa vez a cidade de Racoon volta a ser infestada pelo vírus que transforma as pessoas em zumbis. Eis então que a corporação Umbrella, responsável pela contaminação da cidade, decide tomar sérias providências em relação à segurança dos cidadãos. O problema é que a providência consiste em exterminar todos os habitantes, vivos ou não, através de uma “mini” explosão nuclear. Então, Alice volta a si e corre contra o tempo, com a ajuda de seus novos amigos presos na cidade, como Jill Valentine (famosa pelo jogo), para salvar uma garota e os demais sobreviventes da terrível contaminação e da eventual explosão.
Temos então, mais uma vez, a bela Mila Jovovich no papel principal de Alice, cujas características e aptidões foram modificadas, dando mais ação e verossimilhança à personagem que no primeiro filme parecia abatida e indefesa. Apesar da ótima mudança no perfil, creio que Mila não se adeqüe bem ao gênero de personagem frio e forte. Entretanto, isso não ocorre durante todo o filme, aos poucos Alice volta a adquirir sua aparência do filme anterior, mas ainda continua firme e decidida, equilibrando o que a atriz tem de bom e ruim.
Temos os personagens secundários. Jill Valentine, vivida por Sienna Guillory (Simplesmente Amor), o soldado Carlos Oliveira, vivido por Oded Fehr (A Múmia). Os dois citados e todos os demais estão devidamente bem. Um destaque maior foi dado à Jill, já que ela protagoniza uma das versões do jogo de videogame, e no filme ela está mais sagaz do que nunca. Oded, que interpreta o soldado Carlos, tem um destaque menor, mas de grande valor, pois sempre aparece nos momentos de dificuldade, e o mesmo já está acostumado a interpretar papéis assim, como por exemplo o misterioso guardião Ardeth Bey de “A Múmia” e “O Retorno da Múmia”.
Alexander Witt estréia como diretor em Resident Evil 2, mas já participou de grandes sucessos como “Twister”, “Máquina Mortífera 3”, “A Identidade Bourne”, entre outros. Apesar de ser debutante, o diretor consegue impor uma ação mais frenética ao filme, algo um pouco esquecido no primeiro. A trama também é envolvente, e Mila Jovovich deve ter levado muito puxão de orelha para atuar de forma tão fria. O importante é que ele conseguiu juntar as peças chaves para um filme bem interessante. Um ponto fraco é o abuso aos efeitos de câmera, mas que não comprometem em nada.
O roteirista Paul W.S. Anderson, famoso por dirigir outra adaptação de um jogo de videogame, “Mortal Kombat”, conseguiu inserir todos os meios interessantes de deixar a história o mais interessante possível, com surpresas, reviravoltas, suspense, piadas e muita ação. No mais, ele conseguiu me surpreender, pois eu esperava um filme repleto de clichês, mas foi capaz de trazer um tema já bastante usado e desgastado à tona, sem nos fazer dormir na poltrona.
Quem assistiu o primeiro e gostou, recomendo bastante assistir a essa seqüência. Quem não assistiu o primeiro, pode se sentir demasiadamente perdido. O filme é bastante interessante, boa pedida para os jovens e fãs do jogo de videogame.