Sequência protagonizada por Adam Sandler e Jennifer Aniston amplia o universo dos detetives e transforma obra descompromissada em uma futura franquia.
“Mistério no Mediterrâneo” foi uma grata surpresa para o catálogo da Netflix em 2019. Além de uma grande química entre o Adam Sandler e a Jennifer Aniston, a trama trouxe uma mistura saborosa de comedia com investigação. Quatro anos depois, a dupla retorna em “Mistério em Paris”, com direção de Jeremy Garelick (“The Binge”), evoluindo de uma aposta para uma possível franquia bem estabelecida.
Depois de resolverem o caso de um dos assassinatos mais notórios do século, Nick (Adam Sandler) e Audrey Spitz (Jennifer Aniston) abriram uma agência direcionada para a solução de crimes. Eles mudaram de profissão e investiram suas economias na carreira de detetives particulares, mas as coisas não andam muito bem. Até que o Marajá (Adeel Akhtar), um amigo bilionário, convida os protagonistas para um casamento em uma ilha particular. De repente, o noivo é sequestrado pouco antes da cerimônia – caso perfeito para os protagonistas!
Como todos os filmes de detetive, todos os convidados viram suspeitos, que variam desde a futura esposa (Mélanie Laurent), o chefe da segurança (John Kani), um bilionário com interesses corporativos (Enrique Arce) e até mesmo o Coronel Miller (Mark Strong), ex-negociador de reféns do MI6 que foi chamado para resolver o crime.
Roteirizada por James Vanderbilt (“Pânico VI” e “Mistério no Mediterrâneo”), a obra tem diversas reviravoltas que ajudam a prender a atenção do público. A trama faz o tempo todo essa brincadeira de gato e rato com o espectador e Vanderbilt consegue encaixar bem as piadas com boas cenas de ação, dando mais dinamismo e auxiliando no andamento da história.
O filme segue uma característica das comédias de Adam Sandler, com diálogos rápidos e protagonistas que se atropelam nas falas, criando uma “bagunça organizada” que o ator sabe levar com maestria. Ao mesmo tempo em que Nick e Audrey não tem talento nenhum para a função, eles conseguem se dar bem graças ao entrosamento que só muitos anos de casados podem gerar. Essa sinergia é essencial para conquistar o interesse do público.
“Mistério em Paris” amplia o universo do casal, que agora pode atuar em diversos locais do mundo, com vários tipos diferentes de crimes. Inclusive, é uma trama com enorme potencial para um formato de série ou spin-off. Com um texto simples, sem comprometimento com drama, sobra espaço para valorizar as locações e adicionar ação em pontos turísticos da capital francesa, como uma grande cena na Torre Eiffel no terceiro ato.
Com apenas 1h30 de duração, o que é sempre ótimo para uma comédia descompromissada, a trama é ótima no que se propõe. Com um final aberto, este pode vir a ser o surgimento de uma franquia bem interessante para a Netflix, que tem um bem valioso nas mãos e isso não é nenhum segredo.