Milagres acontecem. E, se for preciso, Papai Noel em pessoa pode aparecer para mudar tudo o que você acredita, fazendo os sonhos mais improváveis se tornarem realidade.
Natal é a época festiva que nos enche de amor e esperança, unindo famílias e transbordando felicidade em nossa vida. O encanto por essa data vive principalmente no coração das crianças que acreditam em Papai Noel e se comportam bem durante o ano inteiro com o intuito de terem seus pedidos atendidos pelo bom velhinho. Porém, quando a magia desta data não consegue alcançar o coração dos mais pessimistas, um bondoso senhor está disposto a conceber um “Milagre na Rua 34” para reacender esse sentimento tão especial.
A refilmagem do clássico de 1947 nos apresenta a atarefada Dorey Walker (Elizabeth Perkins, “Os Flintstones – O Filme”) e sua filha Susan Walker (Mara Wilson, “Matilda”), que não acreditam em Papai Noel. Dorey é responsável pela organização do desfile de Natal mais importante da cidade de Nova Iorque e, como reflexo do estresse de seu trabalho, acabou apagando o brilho desta data do coração de sua pequena filha, dizendo para ela que tudo não passa de um evento para promover as vendas de fim de ano. Bryan Bedford (Dylan McDermott, “As Vantagens de Ser Invisível”), vizinho de Dorey e Susan, está obstinado a provar à sua pequena amiga que o Natal é real e que Papai Noel existe.
Sem saber que o interesse das lojas é apenas aumentar os lucros com o evento de fim de ano, o amável Kris Kringle (Richard Attenborough, “Jurassic Park – Parque dos Dinossauros”) fica ofendido ao ver a figura de Noel ser arruinada durante o desfile por Tony Falacchi (Jack McGee, “Maquina Mortifira 2”), um homem irresponsável e bêbado que está interessado apenas em ganhar uns trocados com o trabalho “simples” de sentar em uma cadeira e fingir ser o bom velhinho. Kringle, que diz ser o próprio Noel, aceita de bom grado o convite de Dorey para substituir o irresponsável Tony no importante desfile, gerando com isso um enorme conflito com as lojas concorrentes.
Elizabeth Perkins acaba exagerando um pouco na frieza e descrença de uma mãe que está focada em seu trabalho, desempenhando seu papel de forma aparentemente desinteressada, enquanto que Papai Noe… Richard Attenborough faz uma atuação grandiosa, nos convencendo de que ele realmente é o bom velhinho. Sempre com um sorriso no rosto e um olhar encantador, ele é capaz de fantasiar em nosso coração como seria se o verdadeiro Santa estivesse desfilando nas ruas ou sentado em uma poltrona de shopping ouvindo os desejos de nossas crianças e fazendo-as acreditar ainda mais na magia do Natal.
O papel de criança inteligente com diálogos maduros iguais ao de um adulto sempre foi sucesso nos filmes escritos por John Hughes (“Esqueceram de Mim”). E Mara Wilson não foge à regra, atuando muito bem no papel de Susan. Mara consegue transmitir a doçura e o carisma de uma criança que quer acreditar em Bryan, mas para não deixar sua mãe sozinha com todo o trabalho duro se vê obrigada a partilhar este fardo com sua progenitora.
A direção de Les Mayfield (“Flubber – Uma Invenção Desmiolada”) é assertiva e não foge muito à regra dos filmes que abordam o tema natalino, entregando um bom entretenimento. Mesmo com vilões caricatos, a narrativa de “Milagre na Rua 34” é envolvente e desperta o interesse do espectador em querer saber o que aconteceria com um simpático senhor se ele dissesse a todos que é o verdadeiro Papai Noel. Uns fariam de tudo para ver esse lunático internado em uma clínica psiquiátrica, enquanto outros acreditariam no bondoso senhor e se encheriam ainda mais de amor e prosperidade devido ao que ele representa em suas vidas.