Com história ruim e poucos sustos, filme faz parte da lista que engessa negativamente, cada vez mais, o gênero do terror.
Depois de produzir filmes como “Uma Noite de Crime” e os remakes de “O Massacre da Serra Elétrica“, “Sexta-Feira 13“, “A Hora do Pesadelo” e “A Morte Pede Carona“, a Platinum Dunes, produtora de Michael Bay, lança o terror “Ouija – O Jogo dos Espíritos”, que traz o lobby de ser um genuíno material a falar sobre o tal tabuleiro sombrio – algo como a brincadeira do copo. A questão é que de original o troço não tem nada, já que carrega todo estereotipo visto nos atuais títulos do gênero – que, por assim, está cada vez mais engessado.
Stiles White, conhecido produtor de efeitos especiais em obras como “Entrevista Com o Vampiro” (1994) e “Presságio” (2009), debuta, pela primeira vez, como diretor em Ouija e entrega um longa-metragem repleto de clichês, que vão de impactos sonoros para sustos em momentos de tensão, vultos rápidos e outras ferramentas mal utilizadas. Poucos desses artifícios funcionam, pois a maioria é sabotada pelo anticlímax das cenas e certa falta de habilidade por parte do cineasta.
Mesmo com pouco tempo de duração, a fita parece inchada, já que a narrativa não ajuda muito depois do primeiro ato, uma vez que a história se mostra simplória demais e deixa o espectador curioso pelo que vai se suceder. No entanto, o fraco roteiro de Juliet Snowden e os truques senis de Stiles não são suficientes para fazer a plateia permanecer atenta.
Até mesmo pela trama não envolver o público – inclusive, os jovens participantes do caso parecem rir da situação; ou seus personagens serem pouco aprofundados, excluindo um mínimo processo de identificação. Apenas tópicos como atuações – lideradas pela já mestra no estilo, Olivia Cooke (da série “Bates Motel“) -, efeitos visuais e fotografia não comprometem e até exercem bem suas funções.
Finalmente, “Ouija – O Jogo dos Espíritos” junta-se a várias outras produções absolutamente esquecíveis e não diz a que veio, desagradando não só curiosos, como o público alvo. É genérico, sem ritmo e acrescenta negativamente para um gênero que hoje sofre preconceito por esse tipo de exemplo. Indico deixa-lo de lado e ira atrás do excepcional filme australiano “The Babadook” (2014), que, mesmo não estreando no Brasil, está causando euforia e ganhando elogios das mais variadas opiniões.