Cinema com Rapadura

OPINIÃO   domingo, 14 de abril de 2013

Oblivion (2013): empolgante nos efeitos, mas maçante na história

Novo longa do astro Tom Cruise prova que a participação de um grande ator é um diferencial importante para um blockbuster.

Oblivion posterTer um bom casting é um diferencial importante para um filme, principalmente se for um blockbuster. Com um enredo batido de mundo futurista pós-apocalíptico, “Oblivion”, novo longa do diretor Joseph Kosinski, mostra que Tom Cruise está em ótima forma.

A trama começa no ano de 2077, quando Jack Harper (Cruise) é responsável pela manutenção de equipamentos de segurança no planeta Terra, devastado por uma grande guerra contra alienígenas há 60 anos. Os humanos sobreviventes vivem na Titã, uma colônia lunar em Saturno onde Jack e sua esposa Victoria (Andrea Riseborough) estão se preparando para se juntar a eles, assim que terminarem seu trabalho no planeta. Antes de irem para a missão na Terra, ambos têm a memória removida para não se evitar o envolvimento emocional com a colônia de origem.

Jack, porém, tem lembranças fragmentadas e guarda em si uma nostalgia que atiça sua curiosidade e que aumenta a cada dia enquanto ele é obrigado a percorrer a superfície terrestre. Um dia, ele vê a queda de uma espaçonave não identificada e, entre os destroçosm encontra uma mulher que constantemente aparece em suas memórias, aparentemente esquecida. Ao conhecê-la, tudo o que Jack sabe até então é posto em dúvida. É o início de uma jornada onde ele precisará descobrir o que realmente aconteceu no passado.

Por ser um filme de ficção científica, os efeitos especiais que constroem essa época chamam atenção. Com cenas extremamente belas rodadas em 4k de resolução, é recomendado até que o espectador assista ao filme em IMAX, para ter melhor proveito das imagens tridimensionais e efeitos especiais semelhantes aos que foram vistos no filme “Tron – O Legado”, do mesmo diretor.

Com cenas gravadas na Islândia, Joseph Kosinski tira um pouco da cenografia artificial, frequente nos filme do gênero, para dar lugar a um cenário que ajuda na ambientação de um mundo pós-apocalíptico rico em detalhes. O personagem de Cruise é um apaixonado pelo planeta e sempre que pode passeia com a sua nave pelas áreas desertas que a radiação das bombas nucleares não prejudicaram. Grandes paisagens e cenas clássicas de monumentos destroçados, parques e estádios abandonados deixam na memória do expectador um pouco o que foi a batalha entres os humanos e os alienígenas, e a difícil tarefa do protagonista de ficar em um mundo deserto sendo constantemente ameaçado pelos invasores que ficaram no planeta.

Apesar dos bons efeitos, o longa peca em sua construção narrativa. No primeiro ato é apresentada com cautela toda a situação em que se encontram os protagonistas, porém a segunda parte demora para engatar, tornando o enredo maçante para quem assiste. O longa empolga na apresentação, mas se perde ao longo da projeção e tenta explicar muita coisa, que no fim é desnecessária.

Além disso, as cenas de batalha se comparam facilmente a “Star Wars” e “Independence Day”, perdendo assim a identidade e a criatividade narrativa. Em seu desfecho, a trama se estende um pouco mais, somente para apresentar um improvável happy end e acaba não amarrando todas as pontas aberta. Assim,  “Oblivion” prova que o carisma de um bom protagonista pode salvar um longa irregular.

Adriana Cruz
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