Cinema com Rapadura

OPINIÃO   sábado, 30 de janeiro de 2010

O Fim da Escuridão

Mel Gibson está de volta em uma produção que envolve tanto o personagem quanto o público em grande suspense.

Na trama, Mel Gibson (“Sinais”) é Thomas, um detetive policial que reencontra sua querida filha. O que ele não esperava é que o tempo em que os dois estariam juntos seria interrompido por um terrível assassinato envolvendo a sua filha, o que só poderia causar forte sentimento de raiva e um consequente desejo de vingança por parte do mesmo. E isso vai auxiliar o agora rancoroso detetive a descobrir o que tem por trás do misterioso assassinato.

Dirigido por Martin Campbell (“007 – Cassino Royale”), o longa possui um desempenho bem regular, já que, durante boa parte da trama, nada acontece na história. Nem no roteiro, nem direção, quase nada chama atenção. Tudo passa despercebido.

Mel Gibson, embora quase sempre desempenhe um papel semelhante aos anteriores, está mais maduro e, assim, evita as expressões ou qualquer outro tipo de atitude exagerada. Ele está sempre contido e dentro do que se espera do personagem. As outras atuações servem apenas de suporte para enaltecer ainda mais o carisma e, principalmente, o talento do artista.

A fotografia e a edição são os principais acertos. A primeira é fiel ao título do longa. A escuridão é remetida não apenas pela falta de luz, mas também pelo intrigante e sombrio mistério que envolve este pai. Muitas das cenas se passam em lugares escuros e isso deixa o ambiente intrigante. Já a edição deixa a história no ponto certo.

O assassinato da filha remete a um mistério que cabe ao pai rancoroso desvendar. A cada descoberta que o detetive faz não surpreende apenas a ele, mas ao público, inserindo-o na pele do detetive de dentro de sua vontade de fazer justiça. Algo que não agrada é a quantidade de mortes como resolução de um fato, pecando em ousadia e até em maturidade  do roteiro para explicar algo que teria facilmente outro caminho.

O desfecho chama atenção por dois motivos: a previsibilidade e a sensibilidade, que transforma algo triste em mágico. É interessante o jogo feito entre a fantasia e a realidade. “O Fim da Escuridão” está longe de ser um clássico do seu gênero, mas é um suspense que prende o espectador até o seu desfecho. Nada além do que foi visto.

Marcus Vinicius
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