Cinema com Rapadura

Colunas   domingo, 22 de setembro de 2013

Vi no Cinema: Elysium [2013] e Rush – No Limite da Emoção [2013]

Dois excelentes filmes: um baseado em fatos reais e o outro um sci-fi.

P#$@ QUE P@RIU, QUE FILMAÇO“. Foi isso o que eu falei assim que terminou o filme. Assisti numa sessão que começou as 23:59 de um sábado. Tinham 4 pessoas na sala (contando comigo). Sempre gostei de Fórmula 1 e este filme me chamou a atenção desde quando foi anunciado. Retratar uma das maiores rivalidades do esporte nas telonas e com tanta gente boa envolvida no projeto, não tinha como não ficar empolgado. “Rush – No Limite da Emoção” [2013], dirigido pelo excelente Ron Howard, é baseado em fatos reais e é centrado na rivalidade entre os pilotos de Fórmula 1 Niki Lauda (Daniel Brühl) e James Hunt (Chris Hemsworth) na temporada de 1976.

Mesmo que você não goste de Fórmula 1 e não conheça os envolvidos, é fácil criar empatia com os personagens. Para nós brasileiros, a rivalidade do Lauda e Hunt é comparável a do Ayrton Senna e Alain Prost. Não eram apenas bons pilotos, mas pilotos ambiciosos e que corriam no limite. Daniel Brühl como Lauda está fantástico. Que interpretação mágica! Por mais que você torça por alguém no começo do filme e tome partido no meio da projeção, no fim você muda de lado ou se mantém. Depende de cada um. O certo é que por ser baseado em uma história real, por mais que tenham várias licenças poéticas, você sai do cinema querendo procurar vídeos no Youtube, documentários e textos sobre esta rivalidade.

A direção de Ron Howard está magistral. O fotógrafo Anthony Dod Mantle (vencedor do Oscar por “Quem Quer Ser um Milionário?”) conseguiu reconstruir a década de 70 do automobilismo. A direção de arte está impecável. Por mais que a computação gráfica seja usada em alguns momentos (principalmente nos acidentes), os efeitos práticos funcionam muito bem e deixam o filme orgânico. Em alguns momentos você fica na ponta da cadeira de tão tensa que são algumas cenas. Se você não conhece ou não lembra o que acontece neste campeonato de 1976, a experiência fica melhor ainda. A trilha de Hans Zimmer está espetacular!

Este foi o melhor filme que vi em 2013 (até então). Uma história fantástica, cenas empolgante, excelente direção, fotografia sublime, trilha espetacular e grandes atuações. Um filmaço! Espero por prêmios! \o/

Saí do cinema 2:30 da madrugada. Estava com uma sede de velocidade. E começou a CHOVER. Sim, o climax do filme é na CHUVA. Sério! Não acredita? Olha a foto que tirei.

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Desde que o diretor de “Distrito 9”, Neill Blomkamp, anunciou que estava desenvolvendo uma outra ficção cientifica, eu já fiquei curioso. Agora ele teria mais dinheiro e grandes nomes no elenco. O resultado tinha tudo para repetir o que foi o seu primeiro trabalho. E repetiu! Com um roteiro original e um universo de fácil identificação (principalmente para nós brasileiros), “Elysium” [2013] acerta em cheio.

O filme se passa no ano de 2159 e o mundo é dividido entre grupos: o primeiro, riquíssimo, mora na estação espacial Elysium, enquanto outro grupo, o pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e em grande decadência.

Pronto! Você só precisa saber disso para querer ir assistir! Quer mais motivos? O filme é protagonizado por Matt Damon, tem como “vilã” Jodie Foster e ainda possui dois brasileiros com GRANDES PAPÉIS na trama: Wagner Moura e Alice Braga. Aliás, eu estava com o pé atrás em relação ao Wagner. Pensava que seria apenas uma ponta, mas o seu papel é tão relevante quanto a do protagonista. E foi uma ótima atuação! Gostei também do papel da Alice.

É muito fácil relacionar a trama do filme com o Brasil. Hoje em dia nós vemos bairros sendo criados e cercados para afastar uma parte da sociedade das outras pessoas da cidade. Praticamente uma Elysium. Grandes condomínios e superprotegidos que favorecem apenas os que tem posses.

O filme tem grandes efeitos especiais, ótimas ideias em seu roteiro e é bem dirigido (inclusive em uma cena de batalha perto do final, Blomkamp usa alguns recursos inovadores). Só senti falta de uma introdução melhor ao universo. A gente é jogado naquele mundo e temos que nos virar para criar um background para aquilo tudo. Achei desnecessário o excesso de flashbacks dos personagens em suas juventudes como justificativa para alguns atos. Tirando isso, é um ótimo entretenimento.

Pena a Sony ter esperando mais de 1 mês e meio para lançar o filme aqui no Brasil. A cópia pirata vazou 1 semana antes do lançamento aqui no país, o que acarretou em uma singela queda de público. Recomendo você assistir no cinema! Vale o ingresso!

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Vi no Cinema é uma coluna escrita por mim, Jurandir Filho, com opiniões sobre alguns filmes vistos no cinema. Este espaço não tem o caráter de crítica cinematográfica, afinal nem crítico eu sou. São apenas textos rápidos e exagerados sobre a minha visão de cinema. Filmes que foram/serão abordados no RapaduraCast, não aparecerão nesta coluna. Para ler outros textos relacionados a cultura pop escritos por mim, acesse e leia a ACME

Jurandir Filho
@jurandirfilho

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