Cinema com Rapadura

OPINIÃO   sábado, 06 de junho de 2009

Exterminador do Futuro: A Salvação, O

Há vinte cinco anos surgia o primeiro filme da série “O Exterminador do Futuro” que teria fôlego para outros três. Embora seja o quarto da série, “O Exterminador do Futuro: A Salvação” consegue ser bastante ousado e sem dúvida é o filme mais explosivo dos últimos tempos.

Dirigido por dirigido por McG, que tem um bom desempenho principalmente por manter o tom característico dos filmes anteriores da série, este novo longa é um dos mais altos investimentos já feitos para o cinema, custo este que pode ser percebido pela grandiosidade estrutural das cenas. É tudo muito grandioso e tudo acaba em explosão. Quase não tem lugar para as falas dos personagens. O espetáculo visual já fala por si só. As gigantescas máquinas são as mais reais já feitas para o cinema. Os cenários sempre são parte de um infinito visual, seja no mar, seja no deserto ou até mesmo na cidade destruída que é uma das marcas do ano de 2018 em que se desenvolve o longa.

John Connor (Christian Bale) é o responsável por liderar a resistência humana ao domínio das máquinas coordenadas pela Skynet e seu exército de exterminadores. Então surge Marcus Wright (Sam Worthington), um rapaz com poucas lembranças e por isso muito suspeito para John Connor. Eles vão lutar ora entre si, ora juntos em busca de respostas e de principalmente sobreviverem ao ataque dás máquinas, cada vez mais implacáveis. Destaque para o ataque das máquinas aos humanos em cima de uma gigantesca ponte, que é de tirar o fôlego.

A história até que tem lá suas reviravoltas, mas perde espaço para as cenas de ação que são espetaculares. É tanta explosão, tanto tiro, tanto fogo que tornam este filme um dos mais explosivos da história do cinema. Mas existe um ponto que é importante ser tocado, quando se coloca muitas cenas desse tipo, elas perdem o seu brilho próprio e tornam-se mais uma na multidão. Uma prova disso é que nos momentos finais elas já não impressionam tanto como no início. Ainda assim, vale muito a pena curtir esses impressionantes efeitos.

O desempenho de Christian Bale é bem interessante, uma vez que mostra o personagem bem característico com traumas do passado e um verdadeiro líder. O desconhecido Sam Worthington é quem rouba a cena. Na pele de Marcus Wright, ele consegue mostrar as dúvidas do personagem, sua frieza marcante e seus ideais. Suas cenas são bem mais interessantes até que as de John Connor, já que seu personagem demonstra uma complexidade muito mais interessante na obra. Um fato curioso no filme é a aparição especial de um conhecido dos outros filmes. Apesar de rápida, é marcante e causa nostalgia pura.

Em alguns momentos, o filme se assemelha muito aos seus anteriores principalmente nos cenários finais. Alguns detalhes que foram bem marcantes, como o botão do elevador, novamente ganha importância. Nas lutas travadas nas plataformas de ferro é impossível não lembrar da cena ocorrida no segundo longa da série. A falsa voz utilizada por uma das máquinas também provoca lembranças. Outro fator interessante é no início do filme em que mostra o visor de uma das naves de guerra utilizadas pelos humanos, no qual o espectador participa da cena e do seu impactante resultado final.

Se até agora tudo foi muito bem realizado, a fotografia de Shane Hurlbut também é brilhante e mostra perfeitamente o clima de um futuro destruído pelas máquinas. Hurlbut ainda passa a ideia de um ambiente sem sentimentos, frio, duro. "O Exterminador do Futuro: A Salvação" vale ser conferido seja por sua grandiosidade típica de um alto investimento cinematográfico, seja por seu clima seco de sentimentos e repleto de batalhas. As máquinas podem esperar, já que se depender do desempenho desse longa, a batalha não vai parar por aqui.

Marcus Vinicius
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