Estão de volta os irmãos Wayans (Shaw, Marlon e Keenen Ivory) com o filme "O Pequenino". Os dois mais conhecidos atuam, roteirizam e produzem, enquanto o terceiro, o mais desconhecido, dirige, roteiriza e também produz. Enfim, está tudo em família. O problema é que não estamos falando da família de Al Pacino, nem Marlon Brando, Clint Eastwood e outros grandes atores. É uma família, com todo respeito, de péssimos atores que pensam que sabem fazer comédia e, definitivamente, não têm nada mais interessante para fazer do que perder tempo rodando um filme desse tipo. Infelizmente, na vida temos que, de vez em quando, passar por momentos ruins. Essa projeção é um desses momentos, isto é, se você cair na tolice de entrar na sala de cinema para assisti-lo em vez de esperar ele ser lançado direto na Sessão da Tarde.

As coisas já começam mal antes mesmo de você assistir ao filme. Com certeza, amigos, se você vir o trailer tosco, unido a um conjunto de premissas pobres, não vai ter a mínima vontade de ser submetido a noventa minutos de pura besteira. O que daria um roteiro cujo tema principal é a infiltração de um ladrão pequenino (nada contra os baixinhos, pelo contrário)? Pior, esse pequeno homem se passando por bebê em uma família a fim de recuperar um valioso roubo seu que foi parar por algumas circunstâncias na bolsa de Vanessa (Kerry Washington), que é esposa de Darryl (Shaw Wayans), um cara louco para ser pai e, seduzido por sua tremenda ânsia, acaba caindo na encenação do tal ladrãozinho chamado Calvin (Marlon Wayans), acabando por tomá-lo como filho.

Como se não bastasse essa pobre trama – se é que você chama isso de trama -, junte o fato de que nada que os irmãos Wayans fizeram realmente presta. Eles participaram de "Todo Mundo em Pânico" (se você acha boa essa franquia, com certeza não é por causa deles) e "As Branquelas", filme que, particularmente e contrariando muitos, não gostei de forma alguma.

Algo que me criou curiosidade é como iriam levar essa questão de um ator, digamos grande, interpretar o tal pequenino. A primeira coisa que me veio à cabeça foi o personagem que o Didi fazia no antigo seriado dos Trapalhões. Se não me engano, ele se chama Ananias e, diferentemente de Calvin, diverte. De certo modo, não foi desse jeito. Meteram lá um corpo realmente pequeno e, utilizando computação gráfica muito precária, a cabeça de Marlon Wayans. Volta e meia você vê como é deixar algo mal feito. Simplesmente terrível.

Até que o filme poderia ter lá seus momentos engraçados, mas nem isso consegue. Unindo péssimas atuações que nem merecem palavras de destaque a piadas que não funcionam em qualquer que seja a idade, é uma catástrofe. Para não mentir, eu dei algumas gargalhadas, mas todas provenientes da besteira a que eu estava sendo submetido. Como pode alguém perder seu tempo filmando aquilo? Só pode ser muito divertido, porém para eles, pois para quem está a assistir é tudo completamente descartável. E, para não dizer que todas as atuações estão péssimas, vale citar que em minutos Rob Schneider, que faz uma aparição especial como o Dinossauro Rex (D-Rex), consegue fazer rir mais do que todos os irmãos Wayans juntos e, para que eu não dê um zero sem pudor para o filme, deixo um pontinho para o Rob Schneider. O problema é que a aparição é tão rápida que nem creditado o ator é.

Quanto à trilha sonora é tudo muito simples. Em certos momentos até que se destaca, até porque qualquer coisa se destaca perante tanta coisa ruim junta. No começo, ela demonstra umas musiquinhas divertidas, mas depois vai sumindo, sumindo, e torna-se esporádica na trama.

Deixando bem claro, meus amigos e minhas amigas, não pensem em ir ao cinema perder seus valiosos minutos com esse filme terrível. Com certeza, seja o que for que esteja em cartaz, é melhor do que "O Pequenino". Atrevo-me a dizer que até filmes da Xuxa agradam mais, pois você ri da besteira, mas pelo menos é uma besteira brasileira. Enfim, de uma forma ou de outra, mantenham distância, faz mal.