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Notícias   quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Rincón de Darwin é destaque na competição de longas do Cine Ceará

Road movie uruguaio compete na Mostra Ibero-americana de Longas.

Em seu terceiro dia de atividades, o 23º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, realizado em Fortaleza, teve como atração em sua Mostra Competitiva Ibero-americana de Longa-Metragem a produção “Rincón de Darwin”, dirigida pelo uruguaio Diego Fernández Pujol.

Foto Fija "El Rincón de Darwin"

O longa conta a história de Gastón (Jorge Temponi) um jovem que trabalha com computação que não consegue esquecer sua ex-namorada. Ele herda uma casa e viaja para vê-la com Américo (Carlos Frasca), escrivão um pouco deprimido por estar envelhecendo. Para realizar seu intuito, eles contam com o serviço de Beto (Jorge Esmoris) e sua velha caminhonete. A região onde o imóvel está localizado recebeu a visitada de Darwin em 1833. Lá, o pesquisador coletou dados para desenvolver sua teoria da evolução. A viagem demora mais do que o previsto e acaba ensinando-os a dar um passo adiante na própria evolução.

Na apresentação de seu filme para plateia e jurados, Pujol apontou como “muito importante” iniciativas como a do festival Cine Ceará, pois esta ocasião é capaz de proporcionar o encontro da cultura de diversos países.

“Devemos diminuir nossas distâncias, sou uruguaio e parece que estamos tão longe”, afirmou.

“Rincón de Darwin” foi filmado integralmente no mês de março de 2012 é o primeiro longa do diretor. Antes, ele havia realizado curtas como “Nico & Parker” (2000), “Mandado Hacer” (2002) e “Fábrica de Enanos” (2004), além de clipes musicais. Sobre sua obra, Pujol a define como uma “história simples”, um road movie no qual a parte humana do trabalho é a mais importante.

Logo após a exibição do filme, o diretor conversou com CCR sobre o longa. Primeiramente, elogiou a atuação dos três atores. Para ele, o fato de serem artistas advindos de várias áreas da interpretação contribuiu para a composição dos personagens. “Rincón de Darwin” revela imagens de uma estrada a cortar o interior uruguaio. É nessa paisagem que os conflitos pessoais de três homens tão diferentes surgem.

“Gosto de trabalhar em um filme que divirta, emocione e se possível cause a reflexão. Os conflitos destes personagens são internos, não precisam ficar evidenciados para o espectador”, contou o cineasta.

O diretor ainda brinca ao afirmar que existe um quarto personagem. No caso, refere-se a Darwin, cujas reflexões e impressões pessoais sobre sua ida ao Uruguai de 1833 são narradas em off. Para Pujol, sua obra mostra pessoas em processo de adaptação e, mesmo que isso seja apresentado por meio do olhar masculino de seus personagens, o diretor tem o cuidado e a delicadeza de afirmar que seu filme foge aos estereótipos por ser “um filme sobre homens, não machos”.

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Antonio Laudenir
@AntonioLaudenir

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