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Notícias   segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

John Gavin, ator de Psicose e Spartacus, morre aos 86 anos

Gavin também ocupou o posto de embaixador dos EUA no México.

John Gavin, ator de Psicose e Spartacus, morre aos 86 anos>

O ator John Gavin, conhecido por papéis em filmes como o drama “Imitação da Vida” (1959), de Douglas Sirk, o suspense “Psicose” (1960), de Alfred Hitchcock, e o épico “Spartacus” (1960), de Stanley Kubrick, morreu na última sexta-feira (9) pela manhã, em Beverly Hills, na Califórnia. Gavin estava com 86 anos e a causa da morte não foi divulgada. As informações são da Variety.

Pelo Twitter, o diretor William Friedkin (“O Exorcista”) manifestou-se a respeito da morte do ator, de quem era amigo:

“Um dia triste, meu grande amigo John Gavin morreu esta manhã. Um dos melhores homens que eu conheci. Era como um irmão para mim. Que ele descanse em paz”. 

John Gavin iniciou sua carreira como ator nos anos 50. Seus primeiros protagonistas vieram em dois filmes de drama do diretor alemão Douglas Sirk (“Palavras ao Vento”): “Amar e Morrer” (1958), que tem como contexto histórico a Segunda Guerra Mundial, no qual Gavin fez o papel de Ernst Graeber, um jovem soldado nazista que vive o dilema de ter que ir para o front de batalha na Rússia, enquanto deixa para trás a amada esposa Elizabeth (Liselotte Pulver, de “A Religiosa”); e “Imitação da Vida” (1959), em que seu personagem, Steve Archer, vive um triângulo amoroso com Lora Meredith (Lana Turner, de “O Médico e o Monstro”) e Susie (Sandra Dee, de “Quando Setembro Vier”).

Mas foi no início da década seguinte, mais precisamente em 1960, que John Gavin alcançaria o ápice de sua carreira, ao trabalhar, no mesmo ano, com grandes diretores em obras que se tornariam clássicos absolutos.

Dirigido pelo britânico Alfred Hitchcock (“Janela Indiscreta”), Gavin esteve em “Psicose”, vivendo Sam Loomis, o namorado da protagonista Marion Crane (Janet Leigh, de “A Marca da Maldade”). Ao lado de Lila Crane (Vera Miles, de “O Homem que Matou o Facínora”), Sam investiga o desaparecimento de sua amante após descobrir que esta foi recebida pelo famoso psicopata Norman Bates (Anthony Perkins, de “Assassinato no Expresso Oriente”) no icônico Bates Motel.

Em paralelo, Gavin trabalhou com o cineasta americano Stanley Kubrick (“2001 – Uma Odisseia no Espaço”) em “Spartacus”, fazendo o importante papel do imperador romano Júlio César no épico histórico protagonizado por Kirk Douglas (“Glória Feita de Sangue”), que também contou com Laurence Olivier (“Os Meninos do Brasil”) no elenco.

Ainda em 1960, Gavin atuou ao lado da atriz italiana Sophia Loren (“Duas Mulheres”) no filme “O Escândalo da Princesa”, dirigido pela dupla formada pelo húngaro-americano Michael Curtiz (“Casablanca”) e o italiano Vittorio De Sica (“Ladrões de Bicicleta”), fazendo o papel de Charlie Foster, um engenheiro americano que desperta o interesse da princesa austríaca Olympia (Loren), em um filme que mesclou de maneira perfeita os gêneros comédia, drama e romance.

Gavin também protagonizou, em 1961, “Esquina do Pecado”, e, entre 1962 e 1963, fez parte da série “The Alfred Hitchcock Hour”. Em 1967, ele participou de outro filme de sucesso na época, a comédia musical “Positivamente Millie”, protagonizada por Julie Andrews (“Mary Poppins”).

John Gavin chegou a assinar um contrato e quase viveu James Bond no filme “007 – Os Diamantes São Eternos” (1971), mas a United Artists, estúdio responsável pelo longa, pressionou os produtores, que mudaram de ideia e escalaram de última hora o escocês Sean Connery (“Os Intocáveis”) para reviver o personagem que já havia interpretado na década de 60. Os produtores tiveram que arcar com o ordenado que fora contratado previamente junto a Gavin.

Os últimos trabalhos de Gavin como ator foram nas séries de TV “O Barco do Amor” (1977) e “Casal 20” (1980).

John Gavin nasceu em 8 de abril de 1931, em Los Angeles. Ele possuía origem mexicana e chilena, e era fluente em espanhol e português. Em termos acadêmicos, licenciou-se em Economia e Assuntos Latino-Americanos. Foi presidente do Sindicato de Atores de Hollywood (SAG) entre 1971 e 1973, e, durante o governo de Ronald Regan (a quem Gavin conheceu na época em que este trabalhava como ator), foi nomeado para embaixador dos EUA no México, ocupando o cargo de 1981 a 1986. Em 1991, Gavin cogitou uma corrida ao Senado pelo Partido Republicano, mas acabou desistindo.

John Gavin foi casado com duas atrizes: Cicely Evans (“Imitação da Vida”), com quem manteve o relacionamento entre 1957 e 1965; e com sua atual companheira, Constance Towers (das séries “Cold Case” “Criminal Minds”). Além da esposa, ele também deixa as duas filhas do primeiro casamento.

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Fernando Gomes
@rapadura

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