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Notícias   sábado, 07 de novembro de 2015

Scarlett Johansson pode ser a protagonista do filme que adapta o caso do GamerGate

Atriz é a mais cotada para interpretar Zoe Quinn.

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Mesmo que você seja apenas um fã casual de videogames, há uma boa chance de você ter ouvido falar do caso conhecido como GamerGate. Tudo começou quando o jogo Depression Quest, de Zoe Quinn, recebeu aprovação unânime da imprensa internacional, mesmo sendo um título simples e independente. Após acusações de um ex-namorado de Quinn, que garantia que a desenvolvedora só havia conseguido tamanha repercussão de seu jogo depois de dormir com membros da crítica especializada, uma verdadeira multidão de jornalistas, sites e pessoas que não tinham nada a ver com a história passou a explorar a controvérsia de quão vendida estaria a indústria dos jogos.

O título GamerGate, que faz alusão ao caso Watergate, amplamente citado como paradigma da corrupção, deveria representar uma abertura para a discussão sobre a falta de ética na indústria dos jogos, cujo gatilho foi disparado em decorrência do caso Zoe Quinn. Contudo, o mesmo GamerGate que criticava a incongruência dos jornalistas acabou dando um tiro no próprio pé ao se tornar um gigantesco equívoco. De repente, não se fala mais sobre a ética da imprensa: toda e qualquer manifestação “pró-GamerGate” usa argumentos machistas e raivosos para… ofender mulheres. O mote da revolta, que supostamente teria sido o fato de um jornalista ter vendido sua opinião em troca de sexo, no fim das contas se tornou o fato de uma mulher ter conseguido críticas positivas para seu jogo simples e independente.

O GamerGate, por sua vez, acabou deixando suas origens para trás, se desenvolvendo nos fóruns da internet e tornando-se um movimento que contraria a liberdade de expressão feminina dentro do mundo dos jogos eletrônicos. Outras mulheres, como a crítica de mídia Anita Sarkeesian e a jornalista Leigh Alexander, do Gamasutra, já vinham sofrendo ameaças e palavras de ódio vindas da mesma comunidade. A revolta só ganhou um título após envolver, de fato, nomes conhecidos da imprensa.

Dito isso, de acordo com o Deadline, a ex-executiva da Sony Amy Pascal ganhou uma disputa para produzir um filme que adaptará o livro “Crash Override: How to Save the Internet from Itself” (tradução livre: Crash Override: Como Salvar a Internet de Si Mesma), autobiografia da desenvolvedora independente Zoe Quinn e que ainda será lançado em setembro de 2016. O projeto está nos estágios iniciais de desenvolvimento pela Pascal Pictures, produtora do novo “Caça-Fantasma” e “Homem-Aranha“, e já chamou a atenção da atriz Scarlett Johansson.

A adaptação, intitulada “Control Alt Delete“, será escrita pelas roteiristas Rebecca Angelo e Lauren Schuker Blum, e pretende mostrar como Quinn batalhou o assédio e procurou levantar a questão da representatividade nos jogos.

Um outro estágio de negociação deve acontecer em relação a distribuição do filme, já que ele será uma grande crítica a indústria de games. Amy Pascal trabalhou parte da sua carreira na Sony, que fabrica o PlayStation e muitos jogos.

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Arthur Yoffe
@rapadura

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