O economista, escritor, humorista e ator Ben Stein, 67 anos, conhecido pelo papel do professor de Ferris Bueller no clássico “Curtindo a Vida Adoidado”, entrou com um processo contra a empresa de eletrônicos Kyocera e a agência de publicidade que a representa nos Estados Unidos, a Seiter & Miller. Segundo ele, um contrato que havia assinado com a agência para estrelar comerciais de TV para a Kyocera foi ilegalmente rompido por conta de suas crenças pessoais e políticas sobre o aquecimento global.

De acordo com o processo, cujo conteúdo foi revelado em partes pelo Deadline pelo Bloomberg, a agência de publicidade Seiter & Miller procurou a agente de Stein, Marcia Hurwitz, em dezembro de 2010, para propor os termos do contrato da campanha publicitária. O contrato foi fechado.

No começo de fevereiro do ano passado, contudo, a agência voltou a entrar em contato com Hurwitz para expressar que a Seiter & Miller tinha dúvidas sobre o posicionamento de Stein a respeito do aquecimento global, se seria “suficientemente convencional e politicamente correto para a Kyocera”. Na ocasião, Stein pediu à sua agente que esclarecesse que ele é extremamente preocupado com questões ambientais, mas que não acredita que o aquecimento global seja consequência da obra do homem, e sim de Deus. Além disso, Hurwitz afirmou que as visões políticas e científicas de Stein não faziam parte do contrato para anunciar as impressoras.

No dia 16 de fevereiro, Livingston Miller, presidente da Seiter & Miller, enviou um email para Marcia Hurwitz para informar que  a agência havia decidido desistir do acordo. O motivo? Vídeos da internet nos quais Stein defende suas opiniões pessoais e que só haviam chegado ao conhecimento da agência depois da assinatura do contrato.

A campanha publicitária da Kyocera foi ao ar, mas com um economista da Universidade de Maryland fazendo às vezes de Stein, também vestido com terno, gravata e óculos semelhantes aos do ator, o que teria causado ainda mais confusão para ele, por ter ultrajado sua figura.

Stein Além da quebra de contrato, processa as empresas por má fé, negociação desonesta, discriminação religiosa e dispensa ilegal por expressar sua visão política, que não são permitidas pelas leis da California. Stein requer a soma de US$ 300 mil aos quais teria direito pelo contrato, mais os honorários legais do processo e uma indenização.

Transmitindo a imagem de antiquado e nerd, sempre vestindo terno e gravata, Stein já figurou em diversos comerciais da TV americana e em alguns filmes. Ele também é consultor em economia e, antes de ser ator, chegou a escrever discursos para  os presidentes americanos Richard Nixon e Gerald Ford. Com o acordo com a empresa japonesa, embolsaria cerca de US$ 300 mil para propagandear uma linha de impressoras da marca.

Saiba Mais: Curtindo a Vida Adoidado