Cinema com Rapadura

Colunas   quarta-feira, 04 de novembro de 2009

Robocop é um clássico nos cinemas. No Nintendinho, nem tanto!

O filme foi lançado em 1987 nos cinemas e no mesmo ano chegou ao console da Nintendo fazendo um enorme sucesso, sem ser tão bom assim.

Fita do Nes do RobocopEsta matéria tem cheiro de naftalina, cores desgastadas, e pouco mais que 20 anos de atraso, mas tem gostinho de rapadura com cinema, games e nostalgia! Muitos de vocês, e seria errado me excluir desta patota, muitos de nós, não lembrávamos como eram os anos 80, e a regra dos 20 anos nos afeta duplamente quando se trata da franquia Robocop, o filme e o jogo para Nintendinho (NES).

Passando rapidamente pelo filme, eu não fazia idéia, talvez bloqueado pela série animada, ou a série de TV, mas eu não lembrava do quão violento ele era, nem os valores morais que ele aborda. Para mim era como se o maior policial de todos os tempos fosse indestrutível, e só isso. Passando-se em Detroit, o jogo obviamente lida com qualquer um que já tenha visto o filme, ou não. É confuso afirmar isso, pois a única coisa que me lembrava a história do longa era o próprio Robocop.

Na trama, nada de Alex J. Murphy, você já começa como Robocop em uma Detroit infestada de bandidos, cachorros e pimenteiros que alimentam (ou seriam abastecem?) o policial robótico em sua aventura por justiça! Pincelando brevemente o filme, o jogo se passa em Detroit, e como nas telonas, o crime tomou conta desta metrópole futurista, e é exatamente isso que encontramos no primeiro nível do jogo. Criminosos determinados a impedir Robocop de cumprir suas diretrizes básicas!

Sem a violência exagerada do filme, afinal o NES era o videogame da criançada, resta mostrar a loucura de sua escória criminal. Cães, helicópteros, bandidos desesperados, e até mesmo acrobatas loucos, não hesitam em pular do segundo andar em “voadora” para tentar parar uma máquina de combate! Se não acredita, assista o vídeo.

E mesmo nessa loucura toda, por algum motivo, Murphy (vamos chamar o Robocop assim de agora em diante) só saca a arma em certos momentos do jogo. E o mais confuso, é que não são momentos chave. Não é pra matar um inimigo mais difícil, na verdade a primeira vez que a arma é sacada, a mesma é utilizada para matar cachorros.

Diversão

Lembrei de algumas coisas quando fui rejogar este jogo. Uma delas foi que rejogar não é bem uma palavra, a outra é que: não assista o filme e jogue um jogo, ainda mais se ambos forem velhos.

Fora algumas aparições do filme, algumas fiéis outras nem tanto, pelo que eu entendi, os criadores do jogo só fizeram um joguinho para um personagem, e no meio disso encaixou algumas cenas do filme.

Seja um prefeito muito mais branco que o do filme, ou ninjas depois de você enfrentar um canhão lança-chamas, o jogo tem suas liberdades, e elas se propagam na dificuldade que é ser um policial robô. Pense em um jogo difícil, agora jogue ele com 10 anos, ok, agora veja o filme, ok, está perdido? Bem vindo a infância de muitos.

Começando aqui o que muitos virão a conhecer como a maldição das adaptações (não são só os livros que sofrem no cinema), filmes que viram jogos podem dar muita dor de cabeça, e se você jogou este na sua infância, talvez a sua primeira enxaqueca.

Depois de descobrir os códigos de invencibilidade (sim, trapaceei, e não me envergonho), o jogo corre por 30 minutos difíceis até para o Robocop, tendo que enfrentar o ED-209 (O robô galinha) duas vezes até chegar ao emocionante desfecho, e talvez uma das únicas partes que me lembrou o filme. Assista ao vídeo do Angry Nintendo Nerd avaliando esse jogo.

O que aprendi jogando:

* O jogo tem um botão de defesa, fora de mão, e inútil, sou o Robocop, não preciso me defender.
* Robocop prefere socos a tiros no mundo dos videogames.
* Um jogo tão difícil assim, até pra mim adulto, não deveria ser vendido para crianças.
* Cachorros não deveriam fazer dano ao Robocop, mas por via das dúvidas atiramos neles.
* É muito fácil e rápido de se construir robôs gigantes.

PRÓS
– Você é o Robocop, não há dúvida disso, você não pula e não corre, mas quebra paredes e bandidos que nem papel (metralhadora alemã, ou de Israel?)
– As imagens refeitas em pixel art, marcam e tem seu carisma. Elas funcionam e te ambientam no universo 8-Bits, nada digitalizado e sim criado e desenhado no jogo mesmo!
– A imaginação se mescla com o jogo, tudo que pensei acontece, derrotar bandidos com socos, munição infinita e pouco papo e muita ação.

CONTRAS
– O jogo é muito difícil.
– O jogo tem muitos momentos frustrantes, explorações desnecessárias, entrar em portas que não tem nada.
– Os poucos momentos que o jogo encosta na trama do filme, nada parece vindo de lá, um prefeito que muda de cor, personagens que não parecem com do filme, e locais nada familiares.
– Jogabilidade fora de mão, abaixar para pegar itens, achar o ponto certo pra subir as escadas, apertar um botão fora de mão pra defender.
– EU JÁ MENCIONEI QUE SE ATIRA EM CACHORROS NESTE JOGO? E QUE CACHORROS NÃO DEVERIAM FAZER DANO AO ROBOCOP?

Carlos Vivacqua
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