Cinema com Rapadura

Colunas   quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Homem de Ferro: Extremis

A arte de Adi Granov é fantástica, além de possuir uma narrativa bastante clara e dinâmica. Um belo exemplar para quem gosta do Homem de Ferro.

A história “Extremis”, estrelada pelo Homem de Ferro, foi um marco na carreira do herói. Ela não apenas redefiniu o personagem, apresentando-o para uma nova geração, como também serviu de base para quase tudo o que foi feito com ele desde então, inclusive para o filme de 2008. Esse arco foi publicado originalmente na revista Iron Man, números 1 ao 6 (janeiro à maio de 2005). Aqui no Brasil saiu pela Panini em uma mini-série em 3 edições (abril à junho de 2006) e posteriormente foi relançado em um encadernado, em fevereiro de 2009. Possui roteiro de Warren Ellis e arte de Adi Granov. Segue a sinopse: O renomado roteirista Warren Ellis une forças com o aclamado ilustrador Adi Granov para redefinir o mundo do vingador blindado para o século 21 — um cenário de aterrorizantes tecnologias que ameaçam sobrepujar a frágil espécie humana! O que é o Extremis, quem o liberou e o que seu surgimento pressagia para o mundo?

Esse arco marcou o relançamento a revista do Homem de Ferro nos EUA, após um período de péssimas histórias e péssimas vendas. A Marvel chamou então o roteirista Warren Ellis, o consagrado autor de Planetary, e o desenhista e colorista Adi Granov. E funcionou.
A proposta era atualizar o Homem de Ferro, já que ele deveria ser um herói a frente do seu tempo, mas que na época estava usando quase a mesma tecnologia e mentalidade de 10 anos atrás. A ciência e a tecnologia estavam se desenvolvendo muito rápido e Tony Stark estava sendo passado para trás.

Logo na primeira parte do arco isso já é mostrado, com Tony sendo confrontado com a mentalidade anti-armamentista do século 21. Ele então começa a se questionar sobre o seu papel no mundo, sobre se o Homem de Ferro salvaria mais vidas do que as ceifadas pelas armas vendidas por sua empresa. Nisso é inserida na história a cientista Maya Hansen, cujo principal objetivo na narrativa é mostrar a Stark o desenvolvimento biológico, que poderia conseguir resultados similares aos dele, porém de modo muito mais leve e natural do que ele com sua grande e pesada armadura.

A história se desenrola mostrando o contraste entre esses dois tipos de desenvolvimento (tecnológico e biológico) e termina com Tony e Maya criando um amálgama dos dois para gerar um novo e atualizado Homem de Ferro. Obviamente nem tudo são flores, e um criminoso rouba a tecnologia biológica da dra. Hansen, obrigando o Vingador Dourado a enfrenta-lo, o que o leva a outro questionamento contemporâneo: o que fazer com um assassino que não pode ser parado e que se recusa a se render? A força letal é justificável?

A arte de Adi Granov é lindíssima, além de possuir uma narrativa bastante clara e dinâmica. A história aproveita ainda para fazer flashbacks da origem do Homem de Ferro, atualizando-a da Guerra da Coreia para o combate contra a Al Quaeda no Afeganistão, 3 anos antes do filme fazer o mesmo. Uma edição altamente recomendada a todos que gostam de histórias inteligentes e bem feitas.

Vladimir ‘Vlad’ Marques
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