Cinema com Rapadura

OPINIÃO   domingo, 27 de agosto de 2006

Teenagers – As Apimentadas

Lançado em 2000, "Teenagers - As Apimentadas" abriu as portas para uma franquia que agora parece não ter mais fim, com a promessa do quarto filme em produção. Por sorte, pelo menos um dos filmes da franquia se salva, tendo uma novidade que é a mistura das coreografias em uma comédia adolescente que no Brasil não teve a atenção dos cinemas.

Torrance Shipman parece ter a vida perfeita. Isso porque ela supostamente tem mesmo. Se tornando a líder de torcida do colégio, com o namorado indo para a faculdade, as notas se mantendo por causa do trabalho como líder no colégio, ela não precisaria de mais nada. Só que, com a saída da capitã do time, ela precisa colocar uma pessoa nova no grupo. É aí que a vida dela se cruza com Missy Pantone, aluna nova do colégio. Missy era ginasta na escola em Los Angeles e, apesar de odiar líderes de torcida, é a única atividade extra-curricular que ela pode ingressar. Além disso, o campeonato anual da ESPN de líderes de torcida chegando, Torrance precisa preparar sua equipe com uma coreografia para ganhar o campeonato. E aí que ela descobre que a capitã anterior do time roubava as coreografias de um colégio em Los Angeles que pela primeira vez irá participar do campeonato. Agora ela precisa desesperadamente de uma nova coreografia para ganhar.

Apesar de uma sinopse boba, até mesmo simples, o filme consegue agradar e muito mais do que se imagina. Claro, isso não tem nada a ver com a história. Aqui quem comanda o filme são os carismas dos atores principais, como Kirsten Dunst (Mary Jane de "Homem-Aranha"), Eliza Dushku (da série "Tru Calling" e do filme "Pânico na Floresta") e Jesse Bradford ("Clockstoppers" e "Por Conta do Destino"). São os três que mantém a força e, por incrível que pareça, deixam os seus personagens muito menos estereotipados do que eles são realmente. Claro que as atuações não chegam a ter profundidades psicológicas, mas eles conseguiram o que os atores das seqüências não conseguiram, que é conquistar a simpatia do público. Fica até mesmo difícil torcer para uma das duas equipes que irão disputar o campeonato justamente por nos identificarmos com as duas.

É um trabalho maravilhoso do diretor Peyton Reed, que mais tarde viria fazer filmes como "Abaixo ao Amor", com Ewan McGregor e Renee Zelwegger, e "Separados pelo Casamento", com Vince Vaughn e Jennifer Aniston. Reed consegue suavizar o estereótipo das personagens e do mundo das líderes de torcida "loiras e burras" que muitos filmes adolescentes se empenharam tanto em massificar, colocando um lado humano nas personagens. Também consegue trabalhar com uma comédia de situações, evitando exageros ou piadas forçadas como se vê no terceiro filme da série. No roteiro, que infelizmente não há muito o que se falar, temos Jéssica Bendiger, estreando nos cinemas com este filme, tento antes somente trabalhado com a série "Sex in The City". Recentemente, ela trabalhou novamente com a mesma temática em "Stick It", mas parece que infelizmente não obteve o mesmo sucesso.

A trilha sonora é outro show a parte, ficando bem ao estilo adolescente, um pop-rock embalado por Atomic Kitten, B*Witched e muitos outros. Um show a parte que vem para complementar o filme, sem exagerar no estilo vendável (somente para vender a trilha).

É uma comédia boa para adolescente, para se assistir em casa em um sábado à noite e sem nenhum compromisso.

Leonardo Heffer
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