Filmes Por: Thiago Sampaio

O filme maldito de 1994

Você por acaso sabia que "O Quarteto Fantástico" já teve um filme com atores de carne e osso no ano de 1994? Se não, é entendível, já que o filme nunca chegou por aqui, sendo sequer lançado em vídeo.

Os direitos para fazer o filme teriam sido adquiridos, nos anos 80, por uma empresa alemã chamada “Neue Constantin”. A empresa, pelo contrato, teria os direitos durante quatro anos. Caso não fosse produzido nada com os personagens, ela deveria pagar mais US$ 5 milhões, renovando, assim, o contrato. Em uma tentativa de “poupar” essa quantia, a empresa resolveu produzir um filme. O filme teve um orçamento baixíssimo de US$: 1,5 milhão, rendendo um “lucro” de US$ 3,5 milhões. Terminada a produção, o filme teria sido barrado pela Marvel porque a mesma achou-o muito fraco, inclusive a interpretação dos atores. Essa atitude da Marvel teria sido para evitar uma possível e futura dificuldade na hora de vender os direitos para outra produtora.

O filme é uma produção de ninguém menos que Roger Corman, conhecido por fazer filmes em curtíssimos espaços de tempo e com orçamentos baixos. Geralmente, para conseguir esse feito (em relação ao dinheiro), ele reutiliza cenários de outros filmes já produzidos. Mesmo assim, acreditem: Corman ainda foi responsável por lançar talentos como Jack Nicholson e Robert DeNiro. Preocupar-se com detalhes ridículos nunca foi uma característica de Corman, o que pode ser muito bem conferido no uso dos efeitos especiais desta versão capenga de Quarteto Fantástico. A elasticidade do Senhor Fantástico não passa de um cabo de vassoura passando pelas mangas de uma camisa azul, o Coisa não passa de um boneco de espuma, o Tocha Humana é substituído por um desenho animado mal-feito sempre que utiliza seus poderes - aliás, sempre pela mesma cena, que repete à exaustão - e a Mulher Invisível, bem, ela está adequada, visto que ela simplesmente some da cena, em um efeito especial dos mais simples que mesmo programas humorísticos mexicanos da década de 70 já dominavam.

Para se ter uma idéia, em uma seqüência do Tocha Humana, as chamas são visivelmente "feitas em casa", com efeitos a partir de esboços no papel. Porém, se mesmo assim, você é fã do grupo e pretende conferir esta “obra-prima”, conseguir uma cópia do filme não será uma das missões mais fáceis.

Confira abaixo o trailer do filme:

 

 

O filme de 2005

Em 2005, finalmente o Quarteto Fantástico ganha uma versão para os cinemas com o status de uma superprodução e um orçamento milionário. A adaptação estava em desenvolvimento por mais de uma década, enquanto produtores como Bernd Eichinger da Constantin Films e Chris Columbus, da 1492 Productions, procuravam pelo roteiro certo. Por alguns anos, diversos roteiristas escreveram versões diferentes. As coisas começaram a se juntar com o roteiro de Michael France (“Hulk”). Após diversas outras versões, o roteirista Mark Frost (“Twin Peaks”), também fã dos quadrinhos do quarteto, deu sua colaboração para moldando o roteiro até chegar à versão final, de Simon KinBerg. Após duas mudanças de diretor (os diretores Chris Columbus e Peyton Reed chegaram a assumir o projeto em ocasiões diferentes), o diretor Tim Story juntou-se ao projeto e analisou versões que continuavam a se basear nos quadrinhos. É claro, era impossível ser fiel a todas as histórias em quadrinhos – elas já chegam às centenas –, mas Story entendeu que o filme teria que ser fiel aos seus personagens. Ele também queria humanizá-los, especialmente o Dr. Destino, que talvez estivesse menos desenvolvido do que os quatro heróis em versões anteriores.

Ao longo dos anos, à medida que o roteiro ganhava forma, os produtores acabavam se deparando com as mesmas perguntas: a tecnologia é avançada o bastante para fazer desses heróis e seus poderes algo realista e crível para três gerações de fãs cada vez mais exigentes? Se fosse dois anos antes, o filme seria impossível de ser realizado, mas hoje, com todo o avanço do uso de CGI, o diretor Tim Story e o produtor Avi Arad concordaram que esse era o momento certo para um filme sobre o Quarteto Fantástico, por razões que iam além do universo da tecnologia e dos efeitos especiais. Segundo Arad: “A ficção cientifica dos anos 60 de Stan Lee e Jack Kirby tornou-se a realidade cientifica do século 21. Eles eram verdadeiros imaginistas, criando histórias sobre a privatização das viagens espaciais e a pesquisa sobre o DNA muito tempo antes de qualquer uma dessas coisas tornar-se possível e parte da consciência de todos. Hoje em dia vemos e lemos notícias sobre isso o tempo todo”.

Mesmo antes da estréia nos cinemas, o filme já ganhava direito a duas seqüências. O elenco principal já afirmou que está de contrato assinado para três filmes (um já produzido) por um período de 12 anos. Sendo assim, os filmes podem demorar cerca de quatro anos (em média) até que o próximo seja lançado.

Assista ao trailer abaixo:

 

 
Confira o perfil do diretor e elenco principal da franquia:
 

Tim Story (Diretor): fez sua estréia em um filme de grande estúdio com a comédia de sucesso “Uma Turma do Barulho”, estrelada por Ice Cube, Cedric the Entertainer, Anthony Anderson e Eve. Esse filme recebeu uma indicação de Melhor Filme do prêmio Image Award. Dirigiu a comédia de ação “Táxi”, estrelada por Queen Latifah, Jimmy Falon e Gisele Bündchen, lançada pela Twentieth Century Fox. É também conhecido por ter dirigido dúzias de videoclipes para artistas como ‘N Sync, R. Kelly, Tyrese, Jon B e India.Arie.

   

Ioan Gruffudd (Reed Richards/Sr.Fantástico): começou a atuar na adolescência em sua cidade natal de Cardiff, no País de Gales. Foi a interpretação do papel-título da minissérie vencedora do Emmy, “Horatio Hornblower”, que lhe rendeu elogios internacionais do público e da crítica. Gruffudd foi visto nas telas recentemente como o lendário Lancelot ao lado de Keira Knightley e Clive Owen em “Rei Arthur”, produção da Disney. Seus créditos anteriores no cinema incluem “Titanic”, “102 Dálmatas”, “Solomon and Gaenor” (indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro) e a produção de Jerry Bruckheimer, “Falcão Negro em Perigo”.

   

Jessica Alba (Sue Storm/Mulher Invisível): mais conhecida anteriormente por protagonizar o seriado “Dark Angel”, produzido por James Cameron (“Titanic”), em que ela interpretava um protótipo humano geneticamente alterado que escapa de seus captores do governo para viver sua vida no submundo do século 21. No cinema, pode ser vista em filmes como “Honey”, “Nunca Fui Beijada”, “Dicionário de Cama”, a adaptação dos quadrinhos “Sin City”, dirigido por Robert Rodriguez e Frank Miller, e “Mergulho Radical”. Atualmente é uma atriz bastante requisitada no cenário cinematográfico.

   

Chris Evans (Johnny Storm/Tocha Humana): aos 17 anos de idade, assinou contrato com um agente em New York e logo depois fazia parte do elenco da série da FOX, “Opposite Sex”. Fez também participações em séries como “Boston Public” e “The Fugitive”. No cinema, atuou em filmes adolescentes como “Nota Máxima”, “Não é Mais um Besteirol Americano”, mas surgiu mesmo com destaque ao atua com Kim Basinger no thriller “Celular – Um Grito de Socorro”, na pele de um jovem que atende a uma ligação em seu celular de uma mulher dizendo ter sido seqüestrada. Recentemente foi visto na ficção “Sunshine – Alerta Solar”, dirigida por Danny Boyle.

   

Michael Chickles (Ben Grimm/Coisa): ator veterano no ramo de séries de TV, fez participações em séries como “Miami Vice”, “L.A. Law”, “Murphy Brown”, e “Seinfeld”. Ganhou o papel principal de “The Commish”, que ficou no ar pela BBC de 1991 até 1996. Fez seu retorno à televisão com o papel principal da série “The Shield”, um drama policial elogiado pela crítica, agora em sua terceira temporada. Sua notável atuação fez com que ele recebesse um Globo de Ouro de Melhor Ator em Série Dramática, um prêmio Emmy de Melhor Ator em Série Dramática, assim como o prêmio da Television Critics Association Award de Melhor Ator Dramático.

   

Julian McMahon (Dr. Victor Von Doom/Dr. Destino): estrela a série dramática original do canal FOX, ‘Nip/Tuck’, série que recebeu diversos elogios, sendo escolhida uma das 10 melhores séries do ano pela AFI e foi indicada ao Globo de Ouro, um prêmio GLAAD e um do Golden Satellite. McMahon foi indicado a Melhor Ator em Série Dramática ao Golden Satellite Award. Anteriormente, McMahon atuou em séries como “Profiler”, “Charmed” e “Home and Away”. Nos cinemas, estrelou a produção independente “Prisoner”, vivendo um diretor de cinema que é tomado como refém em uma prisão, além de ter atuado ao lado de Sandra Bullock recentemente em “Premonições”.

 

Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (2007)

Após a boa recepção do primeiro filme, pelo menos nas bilheterias, já que as críticas foram de medianas para baixo, a franquia ganha sua continuação, intitulada “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” (no original, Fantastic Four: Rise of The Silver Surfer). Todo o time dos fantásticos – elenco e equipe técnica - está de volta, prometendo fortíssimas doses de ação e aventura, agora com o reforço do de outro herói: o Surfista Prateado. Na trama, o Surfista vem à Terra para prepará-la para a destruição. Enquanto o caos se espalha pelo planeta, o Quarteto deve descobrir o mistério por trás do Surfista e enfrentar o surpreendente retorno do Dr. Destino (vivido por Julian McMahon) antes que toda a esperança seja perdida.

O Surfista é inteiramente feito em computação gráfica, e o mímico Doug Jones (“O Labirinto do Fauno”) foi escalado para servir na captura de movimentos, enquanto a voz será do experiente Laurence Fishburne. A atriz Jessica Alba definiu a essência do Surfista na trama: “O Surfista é um pouco bom e um pouco mau. Então, é apenas uma questão do que Sue Storm vai conseguir tirar daquele garoto – o bem ou o mal,” disse ela. Apesar de entregar esses detalhes, a atriz não quis antecipar muito que vem por aí no filme, deixando algumas dúvidas no ar: “Nós temos um pouco de ação com um vilão – talvez um novo vilão, talvez um antigo vilão, talvez um de nós se transforme em um vilão.”

Jessica não confirmou se o vilão Galactus, o devorador de mundos, iria aparecer, mas a confirmação veio do roteirista Don Payne, ainda que tenha afirmado que o modo como se dará aparição do vilão seja misteriosa. Ele diz que a relação entre o personagem e o Surfista Prateado não será explicada em detalhes. “Acredito que isso pode ser explorado mais profundamente em um possível filme solo do herói, o que eu espero acontecer”, declarou Payne acrescentando que Galactus não será prioridade no longa. Mais precisamente, Galactus é mostrado como uma nuvem tempestuosa. Essa teria sido a solução encontrada, já que nos quadrinhos ele não tem uma forma física definitiva, sendo descrito como uma entidade cósmica abstrata, percebida de várias maneiras. Os humanos o vêem como um humanóide que usa um grande capacete roxo. Já um ser de outro planeta o enxergaria como um ser semelhante à sua espécie.

Os fãs do quarteto podem aguardar outra boa novidade para essa seqüência: o ‘Fantasticarro’, veículo do grupo que tem as formas parecidas com a de uma arraia. O modelo não se move sozinho nos sets, contando com a ajuda de guindaste e lançadores. Mas no filme, o Fantasticarro tem a capacidade de flutuar, voar 500 milhas por hora e quebrar a barreira das máquinas voadoras. A atriz Jessica Alba se mostrou surpresa com o veículo: “Parecia uma manhã de Natal quando o vimos pela primeira vez. É como um brinquedo moderno”. O produtor Avi Arad explica sobre a importância do carro para a história: “Queríamos que ele ficasse futurista, mas plausível. Para os fãs, o carro pode ser tão importante quanto os personagens”.

Assista ao trailer abaixo: