Após o sucesso de 2005, está de volta aos cinemas brasileiros o sucesso mundial da Dreamworks que parece seguir o mesmo caminho de outra animação do estúdio. Atrás apenas de “Shrek”, os bichos de “Madagascar” dentre todos os personagens que encabeçam filmes lançados pela companhia são os mais queridos pelas crianças. Sob o título de “Madagascar 2 – A Grande Escapada”, os quatro protagonistas estão de volta para viverem mais aventuras, e desta vez em plena África.

O filme começa com um prólogo que narra como o leão Alex foi capturado na África e levado à Nova Iorque para ser um astro no Zoológico Municipal, uma dica do que será a trama central deste segundo volume. Logo em seguida, vemos uma retrospectiva dos acontecimentos da primeira fita mostrando como Alex, Marty, Gloria e Melman foram parar em plena selva com o intuito de refrescar a memória dos espectadores e nos reapresentar a uma personagem que voltará aqui.

No presente, nossos amigos se preparam em meio à sua última rave para deixar a Ilha de Madagascar rumo à civilização. O precário avião comandado pelos pingüins, no entanto, não voa muito longe e aterrissa em meio a uma reserva africana. Lá é que Alex irá reencontrar sua família e os outros conhecerão pela primeira vez como é a vida em bandos. Paralelamente à trama que envolve o protagonista felino, Marty se sente mal porque descobre que é exatamente igual às outras zebras e Melman descobre sua paixão de uma vida por Gloria.

Quando o assunto é animação no continente africano, impossível esquecer o maravilhoso trabalho realizado pelos estúdios Disney em 1994 com “O Rei Leão”. O trabalho de pesquisa e observação da maior empresa de animação permitiu que a savana fosse retratada como nunca ninguém havia imaginado com suas cores, texturas e animais. Hoje, a animação digital funciona de forma diferente, mas é impossível não pensar o que a Pixar não poderia fazer com tamanho material se demonstrou incrível talento em reproduzir a vida em colônia de ratos e a paisagem de Paris em “Ratatouille”. Porém, a Dreamworks não decepciona e faz um bom trabalho. Além do mais o que conta mesmo para a criançada foi o que fez sucesso no primeiro longa-metragem: o carisma dos personagens.

“Madagascar 2” usa dos mesmos elementos que fizeram sucesso em 2005, Melman e sua hipocondria vivendo às turras e amores com Gloria, Alex e Marty também enfrentando problemas com a amizade e vaidade e os pingüins que aparecem aqui e acolá com seus planos e estratégias militares. Outro coadjuvante que surge de vez em quando é o Rei Julian. Desde o aconselhamento amoroso a Melman até o sacrifício no vulcão são risadas garantidas com ele. Há ainda o fofo Mort, deixado em terceiro plano em relação a “Madagascar”, e um grupo de humanos liderado por uma resistente velhinha.

Mais uma vez, a estrela da dublagem brasileira é Heloísa Perissé como a hipopótamo Glória. Desta vez ela ganha a companhia de Sérgio (Serjão) Loroza que interpreta um pretendente. Na versão original um time de estrelas como de costume: Ben Stiller, Chris Rock, Jada Pinkett Smith, David Schwimmer e Sacha Baron Cohen. Por mais que seja interessante acompanhar uma animação em seu idioma original, ainda mais quando conta com vozes tão famosas e talentosas, o elenco brasileiro faz um excelente trabalho, inclusive nas adaptações.

No início das férias, “Madagascar 2 – A Grande Escapada” chega prometendo diversão para as crianças e para os adultos que as acompanharem aos cinemas. Com piadas para todas as idades e músicas divertidas (com direito a repeteco de “Eu me remexo muito”), a animação da Dreamworks promete mais um sucesso de bilheteria e opinião pública.