Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 31 de outubro de 2005

Beijo, O

Um filme simples. Quem sabe, até melosamente romântico e caindo no clichê dos apaixonados. Mas achei um contexto agradável. Um filme gostoso de se ver, com descobertas e abordagens bem legais.

Esse é filme que não chegou aos cinemas. Na verdade, tive uma certa dificuldade para conseguir informações sobre ele, e só fui conseguir por que todo cinéfilo tem ao lado o estupendo IMDB. Nem a revista da TV a cabo me ajudou! E olha que eu assisti o filme no Telecine Premium, por acaso.

Mas essa história me pegou de jeito. Talvez por que eu goste de literatura, de filmes com questionamentos femininos e, como toda mulher sensível, gosto de um pouco de romance, mesmo que em pequenas quantidades.

A história do filme é a seguinte. Cara Thompson acaba de ser promovida a editora-associada no trabalho. Supostamente, ela deveria estar super feliz, certo? De fato, ela até estava satisfeita. Mas como sua vida andava muito monótona e solitária, era meio difícil esbanjar alegria. Ainda mais com a colega de apartamento Megan (Eliza Dushku), uma garçonete que curte muito bem a vida.

Eis que Cara descobre um ensaio de um livro perdido meio às velhices do último editor e descobre que ele daria um ótimo best-seller. A história do livro era uma história de amor ardente, mas sem fim. Exatamente. Faltava o final da história, e Cara não agüentou deixar por menos.

Junto com Megan, ela vai atrás do misterioso escritor do livro, papel de Terence Stamp. Parecia uma missão impossível, mas ela consegue finalmente achar o autor da historia de amor de Phillip e Claire.

Daí em diante, rolam clichês. Mas nada que possa causar diabetes. Cara aprende muito com o novo amigo escritor. Conhece a sua história, torna-se amiga dele. Infelizmente, ele não conseguia terminar a história. Não conseguia simplesmente por um fim. Era visceral demais.

Até o dia da sua morte. Mas não foi contar mais. “O Beijo” é um filme agradável. Os personagens são bacanas. Você certamente vai se apaixonar por algum, nem que seja pela amiga descolada ou pelo jovem Phillip, interpretado por Billy Zane, um tanto charmoso e sedutor.

A história, na verdade, não é tão óbvia quanto parece. As emoções poderiam ter sido melhor exploradas, é verdade. Mas mesmo assim, agradam. Durante o desenrolar de tudo, você até erra sobre como pode acabar. A história dá vários finais. Você pode imaginar como quiser, mesmo o filme acabando de um modo tal. Mas ninguém precisa se atar a isso, certo?

Dirigido por Gorman Bernach, “O Beijo” é uma produção pouco conhecida, mas boa de se ver. Trabalhando de formas alternadas com a fotografia e o cronologia, que nem sempre é linear, usando também de flash-backs, ele é uma história de amor, aliás, não uma só. Várias. Amor de diversas maneiras e por diversas coisas e pessoas… Mas só assistindo para ver!

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

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