Cinema com Rapadura

OPINIÃO   sexta-feira, 19 de agosto de 2005

De Repente É Amor

"De Repente é Amor" sendo uma comédia-romântica, apresenta uma série de clichês, mas consegue ser uma boa diversão.

O filme não é uma superprodução. Tão pouco tem no elenco grandes astros. A protagonista é Amanda Peet que até de certa forma é um pouco conhecida do público, participou de filmes como "Crimes em Primeiro Grau", "Identidade" e "Alguém tem que Ceder", mas não conseguiu emplacar nenhum megasucesso. Ashton Kutcher é o ator que protagoniza juntamente com Peet. Atual namorado da atriz Demmi Moore ("Ghost"), participou do filme "Efeito Borboleta" e da série "That 70' Show". Hein? As atuações até que convencem e com certeza, há uma espécie de química entre os atores, quesito fundamental nesse tipo de filme.

A história do filme é sobre um casal, que 7 anos atrás, teve um encontro em um aeroporto. Oliver (Ashton Kutcher) é uma espécie de nerd que mora com os pais e sua irmã. Emily (Amanda Peet) é uma garota rebelde, que toca em uma banda juntamente com o (ex)namorado. No avião, os dois fazem sexo no banheiro, com iniciativa de Emily. Quando chegam ao destino, ambos passeiam pela cidade e Emily põe em cheque a independência de Oliver anos mais tarde. Ele, num impulso, dá o número do telefone de sua mãe para que Emily ligue após seis anos para saber do paradeiro dele. Antes de completar os seis anos, sentindo-se sozinha, Emily encontra o papel com o telefone e liga para ele, que está de mudança. A partir daí a história se desenvolve num jogo de encontros e desencontros desenfreados.

Oliver é um homem de certa forma atrapalhado que sempre sonhou com um futuro brilhante no ramo da internet. Porém seus desejos não são realizados e o mesmo acaba trabalhando para uma empresa que vende fraldas. Emily , no início do filme, faz o estilo rebelde, e com os anos, deixa essa imagem mas continua sendo uma espécie de aventureira. À princípio vê sua vida profissional ir por água abaixo, até que, em um dos encontros com Oliver, o mesmo, ao se despedir, deixa de presente uma máquina fotográfica. Emily começa a fazer fotos profissionalmente e acaba se dando bem.

Confesso que não entrei no cinema com muitas expectativas. Afinal, é uma comédia-romântica e é difícil encontrar algo novo neste gênero. Mas no decorrer do longa, uma combinação boa (nada exagerado e nada muito pouco) de romance e comédia, conseguiu deixar-me de certa forma satisfeito de estar sentado ali naquelas quase duas horas. O que me chamou a atenção é que o filme não se prende em uma só coisa. Poderia muito bem ficar somente no vai-e-vem dos personagens em seus encontros, mas o filme vai além. Preocupa-se em mostrar a vida pessoal de cada um, com seus altos e baixos.

A trilha sonora é que deixa um pouco a desejar. Não traz nada de novo e é feita a partir de conhecidos hits musicais. Em uma cena, a música "I'll be there for you", do cantor Bon Jovi, faz parte do roteiro.

O filme do diretor Nigel Cole ("Garotas do Calendário") e do roteirista Colyn Patrick Lynch, lembra muito o filme "Harry e Sally – Feitos Um Para o Outro" – tem muitos clichês e é cheio de passagens de tempo tipo: "dois anos depois" e "três anos depois". Mas consegue de certa forma, deixar a quem assiste contente. Vou ser sincero: o filme tem sim passagens bobas como a cena em que o personagem de Ashton Kutcher enfia um canudo em cada narina só para fazer a personagem de Amanda Peet sorrir. De vez em quando a direção utiliza a nudez dos personagens. Será para prender o publico? Tenho minhas dúvidas.

Se você é preconceituoso com esse tipo de filme e acha que todos do gênero não merecem o ingresso pago, é melhor procurar outra opção. Se não, vale a pena conferir.

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

Compartilhe

Saiba mais sobre