Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 28 de março de 2005

Garfield – O Filme

Engraçado, gordo e preguiçoso, Garfield é divertido até nas grandes telas dos cinemas. E era pra ser diferente?

Gordo e preguiçoso, esse é Garfield, o gato alaranjado que alegra multidões à 26 anos. Adaptação da obra prima de Jim Davis, "Garfield" mostra um pouco de suas aventuras, seus desejos e suas malandragens. O filme é dirigido por Peter Hewitt, que apesar de possuir uma longa lista de filmes com fracasso de crítica, conseguiu superar um pouco com o gato preguiçoso.

O filme tem a participação de Bill Murray doando sua voz para Garfield (A voz dublada é de Antonio Calloni). Murray conseguiu transmitir com extrema perfeição o tom de voz pro gato, com muita verossimilhança e tornando-o ainda mais malandro. Jon Arbuckle é vivido por Breckin Meyer, que só no primeiro dia de filmagens revelou ser alérgico a gatos, mas afirmou que era algo único na vida trabalhar com Garfield. A veterinária Liz, um dos muitos amores platônicos de Jon, é interpretada por Jennifer Love Hewitt. Para criar a história, os roteiristas Joel Cohen e Alec Sokolow tiveram que viver ao lado do próprio Jim Davis por 25 dias, lendo e aprendendo de tudo sobre seu personagem. A história central do filme começa quando Liz oferece Odie aos cuidados de Jon. Perplexo em saber que irá dividir sua casa com um cão, Garfield entra em parafuso e passa a atazanar a vida do cachorro que na verdade é bastante inteligente e educado. Após uma pequena travessura de "G", Odie foge e acaba sendo seqüestrado por Happy Chapman (Stephen Tobolowsky), um apresentador de programa obcecado por fama que vê em Odie o seu futuro milionário. O gato por sua vez descobre que surpreendentemente sente falta do cão e parte em uma jornada à procura do recente amigo.

Garfield é o único personagem criado em animação gráfica. Os demais animais são reais, até mesmo os personagens coadjuvantes das tirinhas, Odie, Nermal, Arlene e Louis. Os adestradores conseguiram fazer com que os animais interagissem de forma perfeita, sem sombra de erros com o gato virtual. Algumas cenas nos fazem indagar como eles conseguiram tal proeza. As piadinhas não podiam ficar de fora, o filme é cheio delas, algumas muito conhecidas retiradas das tiras de jornais. Pra variar o filme começa em uma segunda-feira, que pra quem não sabe é o dia mais odiado do gato gordo. O ator Breckin Meyer tem realmente cara de "Jon", um sujeito simples e que não tem muito jeito com as mulheres. O ponto alto do filme é realmente Garfield, sempre engraçado e com o ego elevado. Nas tiras o gato reflete bastante sobre a vida e os acontecimentos ao seu redor, então Hewitt decidiu incluir tomadas em que ele conversa diretamente com o público, demonstrando seus pensamentos e seus sentimentos através de pequenos monólogos, como nos antigos filmes de Bob Hope, Danny Kaye e Groucho Marx.

Ao assistir ao filme você consegue ser levado diretamente para as tiras como se você tivesse vivendo algo que leu há muitos anos atrás, mas que ainda hoje nos encanta com tanta sutileza dos sarros do cotidiano. Muitos que assistirem gostarão do filme, principalmente as crianças. O humor de Garfield é bastante físico, e os adolescentes se identificam com sua indignação contra a autoridade, além de aliviar um pouco os pequenos pecados adultos como comer demais, dormir demais ser sedentário ou ficar desanimado. Ele fala muito por todos, pois ele tem coragem de dizer e fazer, ao contrário de nós.

Bruno Sales
@rmontanare

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