Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 28 de março de 2005

Shrek 2 (2004): muito divertido, conseguiu ser melhor que o primeiro

Filme chega com status de grande produção, quebrando recordes de bilheteria e consegue ainda ser melhor que o primeiro.

É, ele voltou. O ogro da DreamWorks, responsável por fazer o maior barulho nas bilheterias da animação em 2001, volta em grande estilo, trazendo o mesmo elenco da versão original e incluindo novos personagens, como o gato de botas e a fada madrinha. Shrek é mal-educado, verde, feio, barrigudo e solta pum sem se incomodar com quem está por perto. Apesar disso tudo, ele tem um carisma inigualável. O seu jeitão desbocado e a companhia de amigos do mesmo naipe fazem de “Shrek” uma série muito divertida e lucrativa (para a Dreamworks, obviamente).

Para falarmos desse segundo filme, preciso dizer como foi o original e quem são esses personagens que abalaram os cinemas em 2001. Em um pântano distante vive Shrek (na Voz de Mike Myers, aqui no Brasil como Bussunda), um ogro solitário que vê, sem mais nem menos, sua vida ser invadida por uma série de personagens de contos de fada (da Disney em sua maior parte), como Pinóquio, chapeuzinho vermelho, três ratos cegos, o lobo mau e ainda três porcos que não têm um lugar onde morar. Todos eles foram expulsos de seus lares pelo maligno Lorde Farquaad (na Voz de John Lithgow). Determinado a recuperar a tranqüilidade de antes, Shrek resolve encontrar Farquaad e com ele faz um acordo: todos os personagens poderão retornar aos seus lares se ele e seu amigo Burro (na Voz hilária de Eddie Murphy) resgatarem uma bela princesa (na Voz de Cameron Diaz), que é prisioneira de um dragão. Porém, quando Shrek e o Burro enfim conseguem resgatar a princesa logo eles descobrem que seus problemas estão apenas começando.

Este é o enredo do filme original. Deu pra sentir como é que as coisas se desenrolam, não é? Bem, nesta segunda edição Shrek agora tem que enfrentar o seu maior desafio: os pais da sua noiva. Conhecer os pais dela era, provavelmente, a última coisa na mente de Shrek ao se casar com Fiona (sim, eles se casaram). Mas os trompetes reais sinalizam o fim da lua-de-mel quando os sogros de Shrek (o Rei e a Rainha) enviam um convite formal à Princesa Fiona para o baile real em comemoração ao casamento com seu “Príncipe Encantado”. Todos os cidadãos do Reino de Tão Tão Distante (Far, Far Away) se reúnem para saudar o retorno da Princesa e seu Príncipe, sempre acompanhados do Burro. Mas ninguém — muito menos os pais da noiva — estava preparado para a figura do príncipe e para a mudança de sua querida princesinha. Shrek e Fiona nem imaginam como seu casamento frustrou os planos que seu pai tinha para ela… e para si mesmo. Agora o rei tem que contar com a ajuda da poderosa Fada-Madrinha, do belo Príncipe Encantado e do famoso matador de ogros, o Gato de Botas (na Voz de Antonio Banderas), para realizar a sua versão de “felizes para sempre”.

Este é Shrek 2. Ele consegue ser tão divertido como o primeiro e incluir novos elementos para a diversão generalizada do público. É impossível não dar gargalhadas com as peripécias de Shrek e principalmente do Burro e do Gato de Botas. Às vezes é preciso assistir mais de uma vez para dar conta de tantas cenas engraçadas. O filme faz várias paródias com personagens e outros filme, como: Em uma cena ele faz uma paródia com Missão Impossível, com musiquinha e tudo. Em outro momento aparece uma “quase mulher” com voz de travesti. São inúmeras referências que vai de Senhor dos Anéis a Homem Aranha. Até o Oscar e o canal E! Television aparecem na parada. O principal destaque do filme fica por conta do Gato de Botas (Voz de Antonio Banderas). O personagem é um mescla de artistas latinos e galanteadores que rodeiam Hollywood. Falando em Hollywood, o filme não poderia deixar de fazer uma analogia de Tão Tão Longe (Far, Far Away) com a cidade dos artistas. Com todo seu glamour, a cidade é de fato, o oposto do que Shrek gosta. A trilha sonora inclui música de discoteca, Counting Crows, David Bowie e até mesmo os temas de Rawhide e Missão Impossível. O resultado é diversão garantida.

Shrek 2 chega às telas brasileiras com o gabarito de quem conseguiu superar Procurando Nemo e de ter se tornado o filme de animação de maior bilheteria de todos os tempos nos Estados Unidos e Canadá. Duas semanas após sei lançamento, o filme já tinha arrecadado US$ 354 milhões em bilheterias nos dois países. Valeu a pena pagar U$ 5 milhões para cada um dos principais dubladores. Segundo o co-fundador da DreamWorks, Jeffrey Katzenberg, existem hipóteses de existirem um Shrek 3 e 4. Esse rumor veio devido ao fato do enorme sucesso das duas primeiras edições de Shrek. Torcemos para que se concretize, afinal de contas, um filme bem feito, com ótimos artistas por trás, produzido por uma grande empresa, com piadas inteligentes e canastronas e com um carisma indescritível, é sempre bem vindo. Este filme é mais do que recomendado.

Jurandir Filho
@jurandirfilho

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