Cinema com Rapadura

OPINIÃO   quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Space Jam – O Jogo do Século

“Space Jam” é um filme que consegue atingir o objetivo de divertir, e a oportunidade única de ver aquelas figuras tão queridas jogando uma partida de basquete que foge totalmente as leis do bom senso, é uma experiência no mínimo prazerosa para os mais velhos, e delirante para os mais jovens.

Sempre é interessante ver a união de dois mundos diferentes, quebrando completamente as barreiras da realidade. Tal feito foi obtido com méritos com o ótimo “Uma Cilada Para Roger Rabbit”, e em 1996, pela primeira vez, os tão divertidos e idolatrados personagens dos Looney Toones ganharam seu primeiro longa metragem contracenando com atores reais: “Space Jam – O Jogo do Século”.

A história: um parque de diversões intergaláctico precisa de novas atrações! Um perigoso vilão espacial decide que Pernalonga e sua turma são os personagens mais divertidos do mundo e envia um grupo de 5 pequenos alienígenas, os Nerdlucks, para capturá-los. Você acha que isso parece loucura? A confusão ainda nem começou! Pernalonga convence os baixinhos a jogar uma partida de basquete em troca de sua liberdade. Mas os Nerdlucks têm uma arma secreta: eles roubaram as habilidades dos melhores jogadores da NBA e formaram um time da pesada, os "Monstars". Agora só existe uma chance de Pernalonga e seus amigos ganharem esta partida. Eles precisam da ajuda do maior, melhor e mais famoso jogador de basquete de todos os tempos: Michael Jordan.

É uma pena o fato que, o filme tenha sido produzido com o intuito de promover mais ainda o astro do basquete Michael Jordan, e grande parte da essência dos desenhos daquela turma tão animada tenha ido para o espaço. Afinal, quando os personagens que se repeliam – como Frajola e Piu-Piu, Coiote e Pápa-Léguas, Taz Mania e qualquer outro personagem – se uniam e jogavam pelo mesmo time?

A ligação com os desenhos é mínima, mas ainda assim, uma coisa é certa: o humor característico desses excepcionais personagens está presente, e apenas por isso, o filme garante bons momentos de diversão e muita gargalhada. Infelizmente, o tal humor poderia ter sido melhor aproveitado de uma maneira geral pelo roteiro, visto que, notoriamente, os personagens animados se tornam coadjuvantes de Michael Jordan. Assim, o filme peca ao gastar boa parte de sua projeção mostrando a tentativa do astro de basquete em se dedicar ao baseball – momentos que se tornam desinteressantes tanto para as crianças e para os adultos, afinal, todos vêem o filme com o intuito de rir das presepadas de Pernalonga, Patolino, Frajola, Piu-Piu e cia.

Michael Jordan como ator, provou que ainda é um exímio jogador de basquete. O astro não consegue transmitir um pingo de convicção em sua interpretação, mas, esse é um fato que acaba não comprometendo pois o público alvo – no caso, a grande maioria as crianças – não dá a mínima para esses detalhes, visto que vão ao cinema pela novidade de ver os dois mundos – o real e o dos desenhos – juntos, e acima de tudo, por causa da divertida trupe comandada por Pernalonga. No final das contas, as melhores interpretações continuam sendo mesmo dos personagens digitais. Por acaso, alguém discorda que o Patolino merecia um Oscar?

Apesar dos pesares, “Space Jam” é um filme que consegue atingir o objetivo de divertir, e a oportunidade única de ver aquelas figuras tão queridas jogando uma partida de basquete que foge totalmente as leis do nom senso, é uma experiência no mínimo prazerosa para os mais velhos, e delirante para os mais jovens. Agora, se você prefere ver um filme onde essa turma da pesada contracene com atores reais, mas seja fiel às suas origens, recomendo que vejam “Looney Toones – De Volta a Ação” (2003), pois lá, toda a essência dos personagens foi mantida (com direito às impecáveis cenas de perseguição entre Coiote e Pápa-Léguas), juntamente com o humor clássico deles.

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

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