Cinema com Rapadura

OPINIÃO   quinta-feira, 08 de dezembro de 2005

Tá Todo Mundo Louco!

Uma típica comédia pastelão americana que reúne personagens caricatos ao extremo e nomes conhecidos no elenco, mas acaba por proporcionar ao espectador algumas boas gargalhadas e ajudar a vencer o tédio.

Primeiramente deve-se saber que quem assiste a “Tá Todo Mundo Louco” esperando algo mais que pura e despretensiosa diversão, irá se decepcionar. O filme não tem, declaradamente, nenhum comprometimento mais profundo do que fazer o espectador rir com sua trama mirabolante que, por vezes, chega a beirar o “nonsense”.

Donald Sinclair (John Cleese) é um rico dono de cassinos que se diverte fazendo apostas pitorescas com seus amigos igualmente milionários. A diversão da vez, então, é fazer com que algumas pessoas lutem para chegar a um determinado local para ganhar 2 milhões de dólares. Os participantes são sorteados aleatoriamente com moedinhas colocadas nos caça-níqueis de seu cassino. Após todos se reunirem e a tarefa ser explicada, a corrida começa!! Enquanto os “corredores” pensam que o jogo se trata apenas de um passatempo para o excêntrico Sinclair, ele e seus amigos apostam em que será o vencedor.

A partir daí, vemos uma sucessão de eventos desastrosos sendo protagonizados pelos participantes da “corrida”. Enrico começa na frente, mas tem um problema que o faz dormir em pé, por isso se atrasa. Vera e sua filha também começam bem até encontrar de uma psicopata vendedora de esquilos. Os irmãos Duane e Blaine não conseguem andar muito sem arranjar confusão. Owen, em sua jornada em direção ao prêmio, se depara com um ônibus cheio de mulheres enlouquecidas. Nick arruma uma parceira um tanto quanto temperamental para a corrida e Randy quer concorrer ao prêmio sem que sua família saiba o que está acontecendo. Todos os participantes acabam enfrentando contratempos na “corrida pelo ouro” e é nisso que o filme se baseia.

O diferencial que faz de “Ta todo Mundo Louco” um filme realmente engraçado está justamente em como a comédia é abordada. Em vez de se apoiar inteiramente em piadas de efeito, a história é feita de situações cômicas, o que não torna o humor um objetivo forçado. As cenas pitorescas protagonizadas pelos personagens, por si sós, já são motivos de momentos hilariantes e, muitas vezes, chegam a beirar o ridículo. Os diálogos fogem um pouco do humor típico americano, e nesse aspecto, o filme só sai ganhando.

Outra estratégia bem empregada pelos produtores foi a escalação de um elenco de peso em se tratando de comédia, o que foi de extrema relevância para evitar que o filme se tornasse apenas mais um entre tantos outros do gênero. Whoopi Goldberg, Jon Lovitz, Kathy Najimy, Seth Green e Rowan Atkinson (o eterno Mr. Bean) são nomes que dão um certo “status cômico” ao filme e Cuba Gooding Jr., cuja filmografia também engloba outros gêneros, também se mostra com um notável potencial pára a comédia.

Não se pode analisar aspectos mais profundos do filme, até porque estes são inexistentes. A direção faz bem o seu papel dentro da proposta apresentada e a produção não deixa a desejar em se tratando de um filme puramente comercial. Esta não é – repito – uma película excepcional, mas não faz feio ao desempenhar o seu propósito.

Enfim, “Ta Todo Mundo Louco!” é um bom filme para quem quer se divertir e rir um pouco de situações inusitadas, mas nada além disso.

Cinema com Rapadura Team
@rapadura

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