Cinema com Rapadura

OPINIÃO   segunda-feira, 28 de março de 2005

Táxi

O longa "Táxi" tem um humor básico com Queen Latifah e Jimmy Fallon. Já a Giselinha, ela é tão ruim na tela grande que chega a ser bizarro.

A participação de Gisele Bündchen (ô sobrenome difícil de decorar, nunca lembro como se escreve isso) no longa "Táxi" é exatamente como todos esperavam: medíocre, ridícula e totalmente descartável. Você deve estar imaginando: "Meus Deus, como uma deusa daquela pode ser medíocre, ridícula e totalmente descartável?". Simples, ela é modelo e não atriz. Nem sempre uma modelo tem aptidões para as telonas (sem generalizar). É uma regra fácil de ser compreendida. A moça é tão ruim que você pensa que o que ela fala foi tirado de cursinhos de inglês tradicional.

Para quem não sabe, o filme "Táxi" é baseado num divertido filme francês de mesmo nome dirigido por Gerard Pirès e escrito por Luc Besson ("O Professional", "Joana D’Arc"). Para efeito de curiosidade, Besson escreveu o roteiro em cerca de 30 dias, enquanto aguardava a Columbia Pictures liberar a produção de "O Quinto Elemento" (1997, com Bruce Willis, Milla Jovovich). O filme de 1998 fez bastante sucesso na França e gerou duas continuações em 2000 e 2003, ambas dirigidas por Gérard Krawczyk e roteirizadas por Luc Besson. Como ainda existe uma rejeição há filmes estrangeiros no mercado americano, a 20th Century Fox decidiu bancar a refilmagem do longa.

O policial Washburn (Jimmy Fallon) é um dos mais atrapalhados de sua corporação. Quando sua falta de habilidade no volante de um carro faz com que uma operação especial da polícia acabe em um acidente, sua carteira de motorista é cancelada e ele é escalado para fazer patrulhas na cidade de Nova York. Um dia, quando ouve uma chamada no rádio-escuta sobre um assalto a banco, resolve tentar prender os bandidos para recuperar prestígio na corporação e, especialmente, junto à sua tenente Marta (Jennifer Esposito) que, para piorar, é sua ex-namorada. Nessa missão, Washburn cai, sem querer, no táxi de Belle (Queen Latifah), sem saber que ela é a pessoa ideal para servir de motorista. Ela acaba de tirar sua licença para dirigir um táxi na caótica Big Apple depois de ser destaque em uma empresa de entregas rápidas graças à sua velocidade sobre uma bicicleta.

O sonho de Belle é correr na Nascar, mas driblar os carros no trânsito de Nova York é o mais perto que ela chega da velocidade. A contragosto, ela ajuda o atrapalhado Washburn – que só lhe traz problemas – a perseguir uma gangue brasileira (putz, tinha que ser daqui?) de belíssimas assaltantes de bancos, liderada por Vanessa (Gisele Bündchen).

O filme é ruim demais. E não é pouco ruim não, É MUITO RUIM. Além de ter coadjuvantes praticamente invisíveis (a gangue das gostosas), os protagonistas usam um humor suave e fraquinho. Pô, Jimmy Fallon de Saturday Night Live, ele já foi mais engraçado. O cara só escapa um pouco quando ele canta a música de Natalie Cole para conseguir dirigir sem grilo. A que menos compromete é Queen Latifah, de "Chicago". A "moça" faz bem o seu papel de motorista de táxi radical. Infelizmente não há química entre os dois.

O filme é uma peneira total. No primeiro minuto do filme já acontece a primeira e mais bizarra cena de todas: um carinha faz um show de bike na entrega de uma encomenda. Ele anda muito rápido, salta, passa pelo meio das lojas e pessoas, estação de trem e etc. Até ai tudo bem (é mentiroso, mas diverte), o problema está no final da cena. Quando ele tira o capacete após chegar em seu objetivo, advinhe quem era? Queen Latifah. God! Impossível! O corpo dela dá 3 do cara que tava na bike e é ainda mais cabuloso se compararmos a grossura das pernas. O cara da bike tem dois gravetos já Latifah, só uma perna dela, já dá a largura do cara todo. Outro fato que vale comentar é sobre o tal comparsa das ladras de banco (o gordinho). De onde saiu aquele cristão? E a gangue de brasileiras? Gangue de brasileiras deduz que só tenham brasileiras. Tem uma portuguesa que é claramente identificável por causa do sotaque, que é o da modelo Ana Cristina de Oliveira (bem bonita por sinal). Parece que para os americanos falou português, é brasileiro.

Se formos trocar por miúdos, a melhor cena do filme foi quando a Gisele apalpou a bunda da tenente Marta, a atriz Jennifer Esposito. É pra babar viu! Ejaculável no mínimo. Numa entrevista, quando perguntaram a Gisele se este será o primeiro de outros filmes, sabe o que ela respondeu? "Logo que o filme sair, vou assisti-lo e pensar que sou péssima, e então nunca mais vou querer fazer outro". Não pense não, deduza pelas críticas. Ou melhor, faça cursos de atriz e evolua, porque beleza você tem (O_o), mas seu talento cabe no bolso da sunga de uma formiga (yáh, formiga não usa sunga). E falar portunhol no filme foi o fim da picada. Horrível. Não combinou nada com o filme e às vezes nós mesmos não entendemos o que foi dito. Às vezes ela fala com um sotaque lusitano quando conversa com sua comparsa (interpretada pela modelo portuguesa Ana Cristina de Oliveira) e a partir de certo ponto do filme, ela só fala inglês ("the book is on the table").

Rodrigo Santoro está se dando bem em Hollywood porque ele é competente e, além de modelo, ele já é ator a muito tempo. Por isso há uma diferença. Santoro deu seu primeiro passo na porcaria “As Panteras Detonando”. Ficou caladinho na dele e conseguiu mais elogios que Gisele, que apesar de ser gostosa, só falou porcaria durante o filme todo (culpa do roteiro fraco e da moça que é uma péssima atriz – "time to go" é o mico).

Para finalizar, eu não poderia deixar de comentar a cena final onde Gisele Bündchen dá um grito de raiva. Acho que esta foi a cena mais repugnante de toda minha experiência com filmes toscos. Espero que Leo (DiCaprio) dê algumas aulinhas para a garota, porque o tempo de vida dela no cinema pode ser mais curto que pavio de traque (ué, mas não existe pavio em traque … ahhh, você entendeu).

Jurandir Filho
@jurandirfilho

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