Cinema com Rapadura

Colunas   domingo, 22 de setembro de 2013

Vi no Cinema: Jobs [2013] e Invocação do Mal [2013]

Uma cinebiografia não oficial bem mediana e sem conteúdo, e um dos melhores filmes de terror dos últimos anos.

Assistir “Jobs” era uma obrigação. Não por trabalhar com cinema, mas por ser apaixonado pelos feitos do gênio Steve Jobs. Sou formado em Sistemas de Informação há 6 anos e estava com muita saudades desse linguajar tecnológico. Sabe quando você passa 5 anos ouvindo conversas técnicas que pessoas comuns não fazem a mínima ideia do que está sendo falado? Pois é, eu fazia parte desse grupo de TI. Grupo que fazia esse tipo de piada: “O que um programador baiano falou pro outro? Resposta: Ó meu array!“. HAHA. E isso é de rolar no chão de rir. Pelo menos pra gente era…

Dito tudo isso, já coloco um ponto que separa o público: esse filme tem MUITO linguajar técnico. Outro ponto que afasta as pessoas é que não é uma cinebiografia oficial, portanto alguns fatos retratados na biografia oficial e nos documentários oficiais, não puderam ser retratados com detalhes. Faltou falar sobre o mouse, NeXT, Pixar, processos, a guerra declarada com Bill Gates (resumida em um telefonema de 30 segundos), doença, criação do iPod/iPhone e etc. É como contar a história de “O Rei Leão” e não poder comentar sobre o Cemitério dos Elefantes, a morte do Mufasa e a introdução do Timão e Pumba. Você assiste “Jobs” e sente que está faltando algo. Por mais que Ashton Kutcher se esforce interpretando o mestre (em alguns momentos de forma impressionante), dá para perceber que falta conteúdo no roteiro.

Uma cinebiografia sem conteúdo não deveria existir. Infelizmente ela existe. Talvez seja um filme bom para exibir numa aula de faculdade ou para amantes de tecnologia. Mas nada além disso. A minha opinião está totalmente comprometida, pois além de ser da turminha da TI, sou muito muito fã do Steve Jobs. Terminei de assistir ao filme e fui no Youtube assistir aos brilhantes e históricos keynotes dos anúncios do Macintosh, do iPod, do iPhone e do iPad.

Concordo com o Thiago Siqueira (que escreveu a crítica do filme): “Ambicionando compreender melhor a mente do visionário empresário Steve Jobs ao retratar a criação da Apple, o longa obtém sucesso visualmente, mas apresenta um vazio em seu conteúdo“.

Fico no aguardo da cinebiografia OFICIAL que vai ser lançada em 2014/2015 escrita por Aaron Sorkin (que ganhou o Oscar de roteiro por “A Rede Social“, filme sobre a criação do Facebook), criador da série “The Newsroom“. Estou botando muita fé!

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Quero falar sobre medo. Não, não vou falar de sustos bobos que qualquer amigo pode dar em você em algum momento de distração. Medo é diferente de susto. Com o volume de uma música sendo aumentado bruscamente, você consegue assustar alguém. Medo é diferente. Medo é psicológico. Medo mexe com teus instintos. Medo mexe com teu sistema nervoso. Eu sou medroso. Eu sofro MUITO assistindo um filme terror no cinema. E gosto de assistir no cinema! Fui assistir “Invocação do Mal” e parecia um maluco: suando frio, se contorcendo na cadeira e apertando as mãos com uma força de dar inveja ao Hércules.

Como é possível tudo isso? Só posso dar méritos ao filme. Eu vi muitos filmes de terror ruins recentemente, como os nota zero “O Massacre da Serra Elétrica 3D: A Lenda Continua” e “O Último Exorcismo: Parte II”. Eu sempre boto fé que vou ver um filme bacana no cinema! Se eu já estiver com o pé atrás, prefiro nem ir. Prefiro ir sem estar esperando nada ou esperando muito. Mas ir com má vontade? Prefiro não assistir!

Tudo que eu falar sobre “Invocação do Mal” pode soar como spoiler, por isso evitarei falar da história além de que se trata sobre um casal de demonologistas que vai investigar um caso sinistro numa casa de família. Só digo uma coisa: é de ca#@r nas calças. Foi uma das melhores experiências do cinema de terror dos últimos anos. Dirigido por James Wan, criador do excepcional “Jogos Mortais” (sim, o primeiro filme é ESPETACULAR), “Invocação do Mal” vai fazer você sair do cinema olhando desconfiado para os lados, principalmente quando aparecerem informações REAIS. Sim, o filme é baseado em fatos reais.

Diego Benevides, que escreveu a crítica do filme, falou sobre algumas pegadinhas desnecessárias. Para mim serviu para respirar. Eu estava tão tenso, que as escorregadas serviram de alívio e me lembravam sempre: “É SÓ UM FILME! É SÓ UM FILME“.

Ainda não assistiu? Leve fraldas.

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Vi no Cinema é uma coluna escrita por mim, Jurandir Filho, com opiniões sobre alguns filmes vistos no cinema. Este espaço não tem o caráter de crítica cinematográfica, afinal nem crítico eu sou. São apenas textos rápidos e exagerados sobre a minha visão de cinema. Filmes que foram/serão abordados no RapaduraCast, não aparecerão nesta coluna. Para ler outros textos relacionados a cultura pop escritos por mim, acesse e leia a ACME

Jurandir Filho
@jurandirfilho

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