Cinema com Rapadura

Colunas   segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Metragem: Novos talentos do cinema nacional em cena

Festival Noia exibe em Fortaleza as melhores produções realizadas por jovens universitários.

Estatuas vivas (3)Curta “Estátuas Vivas”, de Mirrah Iañez

O cinema nacional não é composto apenas pelos filmes comerciais que chegam todos os meses nas telonas. Esses têm a sorte de ganhar inúmeras cópias que circulam todo o País, ainda que vários deles sejam de qualidade questionável. O circuito de festivais é responsável por revelar o outro lado da cinematografia nacional, mostrando o que tem sido feito e as ideias desenvolvidas por realizadores competentes e preocupados com a identidade do cinema brasileiro.

O Noia – Festival Brasileiro de Cinema Universitário abre as portas, em Fortaleza (CE), pelo 12º ano aos novos realizadores . Além do clima jovem e descontraído que caracteriza o evento, a curadoria, esse ano feita por outros alunos universitários, mescla as diversas ideias e gêneros que esses cineastas experimentam. São curtas que refletem sobre o mundo, abordam diferentes técnicas de linguagem audiovisual e provam que bons filmes são feitos, mesmo com poucos recursos.

Carentes de espaços nas grandes salas de exibição, os curtas-metragens são sempre os principais destaques nos festivais de cinema. Assim, o público pode compreender que cinema não é só o que se assiste nas salas de shopping. A partir dos curtas, realizadores como Kleber Mendonça Filho e Jorge Furtado, para citar alguns, ganharam espaço no mercado para desenvolver seus longas, sempre tentando preservar algo de autoral que os caracterizou desde os primeiros curtas.

Quase consolação02Curta “Quase Consolação”, de Amina Jorge

Esse ano, o Noia exibe de 16 a 20 de dezembro, na Casa Amarela Eusélio Oliveira, 28 curtas-metragens em competição, vindos de várias partes do Brasil, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará e Bahia. Escolas e cursos de graduação em Cinema e Audiovisual como Universidade Federal de Pelotas – (UFPEL), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade de Fortaleza (Unifor) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) participam da mostra competitiva.

Na abertura, que acontece hoje (16), às 19 horas, no Cine Benjamin Abrahão, na Casa Amarela, a cineasta mineira Amina Jorge apresentará o filme “Quase Consolação” e a diretora de fotografia Thais Taverna representará “Sabbi Ibe Nega”, do diretor Orgun Wagua. Após as exibições, as duas participam de debate com o público. A mostra competitiva começa amanhã  com nove documentários, entre eles “Estátuas Vivas”, de Mirrah Iañez, e “No Interior da Minha Mãe”, de Lucas Sá. No dia 18, dez ficções compõem a programação, entre elas “Desnorte em Novembro”, de Samuel Carvalho, e “Brancos Elefantes”, de Sara Benvenuto. A competição segue até quinta-feira, com a premiação marcada para a sexta (20).

O acesso a toda a programação do Noia é gratuito. Consulte a programação aqui.

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Diego Benevides é editor-executivo, crítico e colunista do CCR. Jornalista graduado pela Universidade de Fortaleza (Unifor), é pós-graduando em Cinema e Linguagem Audiovisual, especialista em Assessoria de Comunicação, pesquisador em Audiovisual e educador na linha de Artes Visuais e Cinema. Desde 2006 integra a equipe do portal, onde aprendeu a gostar de tudo um pouco. A desgostar também.

Diego Benevides
@DiegoBenevides

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