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Colunas   terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Conheça os sete prelúdios dos quadrinhos Watchmen

DC Comics voltará ao universo da genial história de Alan Moore.

Para a maioria dos fãs de histórias em quadrinhos, “Watchmen” está para a nona arte assim como “Cidadão Kane” está para muitos cinéfilos. O roteiro é de responsabilidade do gênio Alan Moore, escritor de outras obras-primas como “V de Vingança” e “Batman: A Piada Mortal”, sobre um homem triste que teve um dia muito ruim e se tornou o maior vilão das HQs: o Coringa. Dave Gibbons, que já até desenhou o Lanterna Verde em algumas histórias, foi o ilustrador da graphic novel. (A coluna está livre de spoilers)

Nos últimos meses surgiram especulações sobre uma “continuação” da história clássica dos vigilantes. A movimentação de notícias e os segredos da DC Comics culminaram na confirmação que deve ter deixado muitos dos fãs mais antigos dos vigilantes bem irritados (ou não): “Before Watchmen” reunirá sete minisséries prelúdios dos heróis. Os prelúdios do que vimos na edição original contarão separadamente a história dos personagens. A cada quarta-feira, a DC Comics lançará (nos EUA) uma edição. Veja abaixo as primeiras artes de divulgação e as suas respectivas equipes de criação e notem o incrível resultado da capa de “Rorschach”, que até agora foi a mais elogiada:

RORSCHACH , em quatro edições. Com roteiros de Brian Azzarello e arte de Lee Bermejo.
MINUTEMEN
, em seis edições. Com roteiros e arte de Darwyn Cook.
ESPECTRAL
, em quatro edições. Com roteiros de Darwyn Cook e arte de Amanda Conner.
CORUJA
, em quatro edições. Com roteiros de J. Michael Straczynski e arte de Andy e Joe Kubert.
OZYMANDIAS
, em seis edições. Com roteiros de Len Wein e arte de Jae Lee.
COMEDIANTE
, em seis edições. Com roteiros de Brian Azzarello e arte de J.G. Jones.
DR. MANHATTAN
, em quatro edições. Com roteiros de J. Michael Straczynski e arte de A.Hughes.

Cada edição dessas sete minisséries terá duas páginas de “Curse of the Crimson Corsair”, relacionada aos “Contos do Cargueiro Negro” e com roteiros de Len Wein e a arte de John Higgins. Essa é uma história importante da edição original da HQ e que ganhou uma versão animada também por Zack Snyder (“300”): foi lançada separadamente como um média-metragem e está presente na completa adaptação “Watchmen: The Ultimate Cut” – disponível em um box de acabamento impecável. No fim de todas as publicações, a edição especial “Before Watchmen: Epilogue”  reunirá as tramas para concluir “Curse of the Crimson Corsair”.

Quem já leu a HQ sabe que um prelúdio não é necessário, mas será que essas novas edições podem oferecer algo novo? Talvez seja quase impossível ser, pelo menos, próximo ao material da graphic novel original. O lançamento parece muito mais uma oportunidade da DC Comics para arrancar mais dinheiro dos fãs dos vigilantes.  Contudo, essa estratégia pode atrair novos leitores para esse universo, o que parece ser o único fato relevante nesse lançamento. Será que só a obra original e toda sua fama e respeito conquistados já não são seriam suficientes para atrair mais leitores?

Comprar ou não será uma decisão muito particular, mesmo que essas novas histórias possam desrespeitar a HQ de Alan Moore e Dave Gibbons, que não se envolveram com esse novo projeto. “A série original de ‘Watchmen’ é a história completa que Alan Moore e eu queríamos contar, no entanto, eu aprecio essas razões da DC para esta iniciativa e desejo que esses artistas e escritores envolvidos possam prestar homenagem ao nosso trabalho. Que estas novas edições possam ter o sucesso que desejam”, abençoou Gibbons. “Eu não quero dinheiro. Só quero que isso não aconteça… Até onde eu sei, não existe nem prelúdio nem continuação de Moby Dick”, completou Moore.

Zack Snyder (“Sucker Punch – Mundo Surreal) disse que “para voltar a ela [a trama original], de alguma forma é difícil, e eu desafio alguém adicionar algo à essa história. De qualquer maneira é algo que você precisa acertar ou as pessoas vão enlouquecer”. Os co-editores da DC Entertainment, Dan DiDio e Jim Lee, também se pronuciaram. “É nossa responsabilidade como editores encontrar novas maneiras de manter todos os nossos personagens relevantes”, disseram.

“Watchmen” tem originalmente 416 páginas em um encadernado luxuoso, relançado recentemente. O romance vendeu mais de 2 milhões de cópias e em 2005 esteve na lista da revista Time como um dos cem melhores romances em língua inglesa de 1923 até aquele ano. Fica difícil ler e conseguir respeitar uma obra sem a aprovação do grande criador da mesma. Já imaginaram criar “O Senhor dos Anéis” ou a “Back in Black” do AC/DC e alguém vir depois para fazer continuações ou prelúdios da arte que você criou?

Edem Ortegal
@cineortega

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