Cinema com Rapadura

Colunas   terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Uma lista de filmes de amor que são destruidores de corações

Amor e desamor lado a lado.

Um cara uma vez estava ouvindo umas músicas tristes no domingo à noite. Realmente domingos são depressivos e, não sei vocês, a única utilidade que eu dou a eles é de dormir. Provavelmente vivendo a famosa “fossa amorosa” ou o “fundo do poço”, a trilha sonora do cara era adequada para o momento.

Pensando em como nós recorremos a alternativas diversas para canalizar nossa dor amorosa nos momentos de tristeza, decidi vasculhar minha modesta coleção de filmes. Como bom amante do cinema, não foi difícil reiterar minha tendência em comprar filmes que me toquem de formas bastante peculiares e íntimas. Selecionei dez dos filmes que uso como catalisadores de grandes dores amorosas para compartilhar com vocês um pouco do significado pessoal que cada um.

Fiz uma escala de 10 a 1, mas nada interfere na qualidade dos filmes. Peguei na estante e classifiquei entre os mais assistidos na tentativa de compreender, por meio do cinema, que não somos os únicos a sofrer de amor.

10. A Casa do Lago Keanu Reeves e Sandra Bullock vivem um drama louco que ultrapassa literalmente a lógica do tempo. É uma ótima demonstração de que nem sempre o que nos faz feliz está perto da gente e que, esperar por finais felizes tem seus pesares e é preciso paciência, seguindo por aquela conversa fiada de que o tempo ajuda em tudo. Apesar de aguado e açucarado, o filme é bonitinho e tem a trilha sonora encantadora.

9. Doce Novembro – Outro com Keanu Reeves, agora ao lado da genial Charlize Theron. As tragédias inesperadas que acontecem vez por outra acabam limitando um amor que podia ser para sempre. Este drama talvez tenha sido um dos filmes que eu mais choraminguei nos últimos anos. Com seu final belo e sutil, nos mostra que nada é previsível e que não adianta planejar. É sempre melhor que guardemos o que ficou de bom em uma relação.

8. Apenas uma Vez – Musical independente recheado de sentimentalismo que nos mostra como duas pessoas podem viver o amor de uma forma completamente diferente. O final condiz com a maioria das situações da vida real, quando nem tudo que aparenta ser realmente é. Fica a lição de que cada um precisa tocar a vida adiante, antes que tudo se estrague. O amor nem sempre é possível ou não cabe, mesmo entre duas pessoas aparentemente parecidas.

7. Um Beijo Roubado – Pessoas estão o tempo todo sofrendo por amor. Muitas vezes é preciso uma viagem interna para compartilhar experiências e compreender as adversidades da vida. Tem aquela máxima que só esquecemos alguém com outra pessoa na nossa vida. Melhor continuar acreditando nisso. E fica a lição de guardarmos chaves perdidas para caso, algum dia, o dono dela volte e a pegue de volta.

6. 500 Dias Com Ela – Histórias com começo, meio e fim. Amor e desamor andam juntos o tempo todo e nunca saberemos, por mais forte que a gente ame alguém, se a relação dará certo. Pode ser que, do nada, apareça alguém que nos dê o que nunca tivemos antes e seja fácil abrir mão do que temos. Talvez seja até insensibilidade, mas acontece com freqüência.

5. Amor aos Pedaços – A pouco conhecida comédia dramática estrelada por Jon Fraveau e Famke Janssen traduz todas as expectativas e experiências que um casal pode ter. A conclusão, aos olhos da personagem feminina, é que a pessoa perfeita não existe e, por mais que a continuemos esperando, ela não virá.

4. Tudo Acontece em Elizabethtown – Amor à primeira vista e conflitos familiares são abordados neste filme de Cameron Crowe. Kirsten Dunst e Orlando Bloom vivem a plenitude de um amor inesperado. Fica de lição nunca perdermos o 60B de vista e enfrentar as situações da vida apoiados naquele que nos amam independente de quem sejamos.

3. Closer – Perto Demais – Da lista, talvez este seja o filme mais assistido nas maiores dores de cotovelo que qualquer pessoa sentimentalóide tenha. Será que é tão fácil assim dizer para quem amamos que o sentimento não existe mais e que a partir de então ela não fará mais parte da nossa vida? As idas e vindas dos relacionamentos são retratadas de forma viscerais, em uma das maiores (se não a maior) discussão de relacionamento vista no cinema.

2. 2 Dias em Paris – Falando em discussão de relacionamento, Julie Delpy nos entrega a naturalidade e a crueza das relações neste drama ambientado na França.  Como ela mesma narra, alguns relacionamentos estão cheios de altos e baixos, e a maior parte do tempo estão no meio. Resta aos envolvidos no relacionamento pesar os prós e contras que os fazem felizes ou tristes, para que haja coerência em continuar amando.

1. Moulin Rouge – Talvez o filme que eu mais tenha visto na vida pela simples mensagem que estamos sempre procurando alguém para amar e ser amado, no matter what. A vontade de qualquer ser humano meramente sentimental é viver um grande amor, independente quanto tempo ele dure ou os motivos para o fim dele. Queremos amar, é da natureza. Neste meio tempo, sorrimos, choramos e abrimos mão do que nos é comum para compartilhar com quem a gente ama nossos melhores momentos, nossas melhores músicas.

O cinema nos dá inúmeras formas de compreender que amar não é fácil e chega a nos confortar por mostrar que não somos os únicos nessa tentativa de, acima de qualquer coisa, ser feliz com alguém. E para você, qual é o filme que você mais assistiu que te faz refletir sobre isso?

+ MAIS

[Festival] Nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro, a CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta a 3ª Edição do Festival do Júri Popular de cinema, hoje o mais abrangente festival de cinema do Brasil. O evento acontece simultaneamente, durante uma semana, em 24 cidades brasileiras. Com 55 filmes selecionados para integrar a parte competitiva, a mostra alia o melhor da safra de curtas do último ano com filmes que palpitem a discussão e reflexão das mais diferentes plateias alcançadas pelo festival. É um festival competitivo, de caráter nacional, sem júri oficial, em que o público, por meio de cédulas, vota em seus curtas preferidos.

[Chico Xavier] Estreia no dia 1º de abril nos cinemas de todo o país o filme “As Mães de Chico Xavier”, dos diretores Glauber Filho e Halder Gomes. O longa tem distribuição da Paris Filmes e apoio promocional da Globo Filmes e Telecine. O elenco conta com nomes como Nelson Xavier, que interpreta mais uma vez o médium, além de Caio Blat, Vanessa Gerbelli, Herson Capri, Via Negromonte e Tainá Muller, entre outros. O trailer pode ser conferido aqui.

– RÁPIDAS

[Mostra I] De 15 a 27 de fevereiro, a mostra “O Rio de Janeiro Segundo o Cinema” exibirá  filmes nacionais e estrangeiros sobre idade, das mais diversas formas e  que  propõem  uma reflexão sobre a representação do Rio no cinema. Programação completa aqui.

[Mostra II] Estão abertas até 2 de abril as inscrições de filmes para a Mostra Competitiva da 10ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que ocorre de 23 de junho a 10 de julho na capital catarinense. Detalhes aqui.

[Documentário] O documentário paranaense “Amadores do Futebol” está entre os indicados iniciais para o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2011. A seleção para a nova fase será feita a partir dos votos da Academia Brasileira de Cinema.

[Bruna] Capa da Rolling Stone Brasil deste mês, Deborah Secco falou sobre a preparação para “Bruna Surfistinha”. “Eu não bebi, não usei drogas, o cigarro que eu fumava era sem tabaco e nicotina. Eu mantive todos os meus princípios”, contou.

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Diego Benevides
@DiegoBenevides

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