Cinema com Rapadura

Acme   sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Quais os reais motivos que fizeram tanta gente gostar de Crepúsculo?

Informações diretas do Instituto Jurandir Filho.

Eu não gosto da franquia Crepúsculo. Dito isso, eu sou apaixonado por fenômenos. Assisti todos os filmes nas sessões de meia-noite (sim, os 5) e li todos os livros. Estudioso como sou, quis entender o fenômeno e porque TANTAS PESSOAS gostam da série. Ao mesmo tempo em que MUITA GENTE ODEIA. Acredito que nos últimos 20 anos, Crepúsculo é a franquia mais odiada do cinema. É fato que Twilight possui vários elementos para que o público que é apaixonado por cultura pop odeie. Vampiros que brilham na luz do sol, protagonista sem sal/suicida, maquiagem vergonhosa dos personagens, filmes extremamente bregas e fãs chatas são apenas alguns dos motivos.

De toda forma, depois de anos de estudo, decidi enumerar os 5 motivos que fazem com que as fãs de Crepúsculo realmente gostem da série de filmes/livros. Entenda que se tem tantos livros vendidos e bilheterias estratosférica, existem razões. Talvez você não seja alvo disso, mas muita gente é. Vamos a elas:

1) AMOR IMPOSSÍVEL

O amor impossível é algo que está na literatura/cinema/vida há anos. A possibilidade de viver algo transgressor é o sonho de muitas mulheres. Sim, estou considerando que 98% das pessoas que gostam de Crepúsculo são mulheres. Os homens que gostam da série são namorados (maridos) das mulheres que acabaram se acostumado (sendo obrigados) a assistir/ler sobre Crepúsculo e GOSTARAM (sim, é possível) ou gays. Romeu e Julieta é o maior exemplo disso. Até hoje é considerado o maior exemplo desse gênero e é adorado por gerações. Criar um AMOR entre um vampiro (um ser MORTO por natureza) e uma humana (VIVA) é algo bizarro, mas fácil de se identificar. “MEUS DEUS, o amor é tão forte que ele acaba tendo sentimentos ‘humanos’ por causa do amor“. Edward passa a viver (de novo) depois que conhece a Bella. Pronto, o público tem uma história na qual ele pode acreditar e almejar um resultado positivo, mesmo que tudo leve para um lado negativo (morte).

2) EDWARD, O SER PERFEITO

Considerando que a maioria do público é feminino, é fato que a obra é apelativa para esse público. A escritora Stephenie Meyer apelou. O Edward dela é um príncipe encantado encarnado na pele de um vampiro. Ele é romântico, é descrito como o ser abalaria mais estruturas de prédios do que o Sergio Naya. Ele é um cara que paparia um transito, que faria mulheres umedecerem apenas com um olhar (ele fez isso várias vezes nos livros). O cara é lindo e se apaixona pela menina mais básica da cidade. Tipo, ele escolheu a menina mais sem graça. Como uma mulher não vai se identificar? A mulher normalmente tem autoestima baixa e fazer um DEUS DA BELEZA se apaixonar por alguém tão comum é a realização de um ideal. Nos filmes, o Edward não é esse ser perfeito como descrito pela autora. Mas por ser um ator jovem, com sorriso mole, pegou as menininhas em cheio. Casamentos acabaram por causa desse amor por um ator tão ruim. Mas enfim, quem se importa, ele é o Edward.

3) RIVAL FORTÃO E CARISMÁTICO

Jacob é um caso a parte. É ele bonito, forte, bronzeado e está vivo. E para alegria da mulherada, ele está quase sempre sem camisa. Pronto, foi criado um rival ao “romântico Edward”. Enquanto um tem medo de pegar na Bella (por causa de tentação), o outro faz questão de abraçar, pegar e estar junto da menina. A paixonite entre Bella e Jacob é algo mais fácil de aceitar, já que eles conviveram quando crianças. Eles se conhecem, é aquela paixão juvenil. Todo mundo já sabia que o Jacob não teria chance frente ao Edward, mas a mulherada sempre achou divertida a cara de cachorro pidão do Jacob. Taylor Lautner é fraco, mas é carismático. Isso basta. Se você analisar toda a série, ele parece ser o personagem que mais se importa com a garota.

4) BELLA É INSEGURA

Se pegarmos a população mundial, pelo menos 95% das pessoas são inseguras. A Bella é totalmente insegura, desastrada e tímida. Ainda assim, é apaixonada. É fácil comprar essa idéia, já que a identificação é bem comum. Ela tem autoestima baixíssima. É o conceito do underdog (vira-lata): vamos fazer a pior personagem possível para todo mundo se identificar. Como Bella é uma jovem de 17 anos, o publico alvo da franquia (que é de 15 a 20 anos) acaba se vendo nas telas/páginas. As mulheres inseguras são extremamente ciumentas e carentes, se agarram ao que gostam como se fosse a tábua de salvação, exigem muita atenção e cobram pelas menores coisas. Bella acaba representando um pedaço ruim/bom de cada uma de suas fãs.

5) TEM CRIANÇA

No quarto livro, a escritora decide inventar que a Bella vai ter uma filhinha do Edward. Qual mulher não vai se sentir atraída com uma história onde você consegue virar vampira, está ao lado do amor da sua vida (casa com ele) e ainda tem uma filha? Perfeito, né? É quase uma tática desleal para atrair o público alvo, já que a história em si deveria encerrar após a Bella se transformar em vampira. E ainda tem um plot twist: ela é híbrida, meio vampira e meio humana. Isso causa um terror nos Volturi, já que eles tem receio de que o segredo vampiro seja revelado. Então eles precisam matar a menina. Pronto, a escritora despertou o espirito protetor em todas as leitoras. Como Bella representa todas as “mães” nessa nova parte da história, as mulheres mais velhas compram a briga do começo ao fim.

EXTRA) É BREGA

Pegando apenas o lado cinematográfico, os produtores não são otários e eles sabem o determinado momento que vão conseguir tirar suspiros/gritos das fãs de Crepúsculo. Isso acaba tornando muitas cenas bregas. Sim, a franquia Crepúsculo é brega. Aquele tipo de romance:

Eu te amo, diz Edward.
Eu te amo mais, diz Bella.
Não, eu te amo muito mais, diz Edward.
Mais do que eu? Impossível, diz Bella
Não dá, eu te amo eternamente, diz Edward.

É isso. Qual mulher nunca fez isso com o namorado?

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Para muitos, isso não é novidade. Mas depois de acompanhar todo fenômeno, acredito que essa fórmula será replicada por muitos anos. Aliás, já está sendo, é só olhar nas livrarias e em alguns filmes do gênero.

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Jurandir Filho
@jurandirfilho

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