Cinema com Rapadura

Colunas   sábado, 17 de fevereiro de 2018

Os maiores vencedores do Oscar disponíveis na Netflix

Catálogo brasileiro do streaming tem 47 vencedores do prêmio máximo do Cinema.

Faltando apenas duas semanas para o Oscar, cuja cerimônia ocorrerá no próximo dia 04 de março, muita gente está correndo atrás dos filmes indicados. Vários já começaram a ser exibidos nos cinemas brasileiros, alguns estiveram em cartaz há algum tempo e já saíram, e outros ainda vão estrear no circuito comercial. Seja como for, a edição de 2018 já está marcada por trazer grandes surpresas e curiosidades.

Mas e as anteriores? E agora que os filmes que já foram premiados não estão mais em cartaz, como assistir e tirar o atraso? Para nossa sorte, os serviços de streaming contam com um catálogo extenso nesse sentido. Pensando nisso, o Cinema Com Rapadura analisou as opções oferecidas pela Netflix, o mais popular e difundido deles, para trazermos as dicas dos maiores vencedores do Oscar disponíveis. Seja você um fã confesso da sétima arte ou apenas um espectador ocasional querendo algo bom para ver, poucas referências são tão boas quanto o prêmio máximo da indústria cinematográfica. Veja abaixo nossa lista:

“Amadeus” (1984)

Na segunda metade do século XVIII, Antonio Salieri (F. Murray Abraham, de “O Grande Hotel Budapeste”) é o compositor residente da côrte do imperador austríaco José II. Quando o jovem compositor Wolfgang Amadeus Mozart (Tom Hulce, de “O Clube dos Cafajestes”) chega a Viena na comitiva do Arquiduque de Salzburg, inicia-se uma rivalidade entre ele e Salieri, opostos em todos os espectros possíveis. Enquanto Salieri é sereno e devoto a Deus, Mozart é inquieto e lascivo, e chama atenção por onde passa não apenas por sua música, mas também por seu jeito irreverente e risada característica (que virou febre à época do filme).

Dirigido por Milos Forman (“O Povo Contra Larry Flint“), “Amadeus” teve ambos os atores protagonistas indicados ao Oscar de Melhor Ator, levando a rivalidade entre Mozart e Salieri para além da tela. No fim, F. Murray Abraham levou a melhor sobre Tom Hulce.

“Patton – Rebelde ou Herói?” (1970)

O general norte-americano George S. Patton é até hoje uma das figuras mais intrigantes da Segunda Guerra Mundial. Após ele retomar o norte da África das forças nazistas, o Alto Comando (forças supranacionais dos exércitos aliados) opta por seguir um plano diferente do seu para incursão em território europeu. Ignorando suas ordens e o comando do general britânico Montgomery para esta missão, Patton parte por conta própria para a Sicília e derrota o comando nazista no sul da Itália, dando origem ao mito que cerca sua figura e que se manifesta no título do filme. Foi um dos grandes vencedores dos Oscars de 1971, incluindo Melhor Ator para o protagonista George C. Scott (“Doutor Fantástico“) e Direção para Franklin J. Schaffner (“Planeta dos Macacos“).

“Um Estranho no Ninho” (1975)

Após ser preso novamente, Randall McMurphy (Jack Nicholson, de “O Iluminado“) alega insanidade mental para se esquivar de uma pena de trabalhos forçados na prisão. Ele é então enviado a um hospício onde testemunha os diversos abusos sofridos pelos pacientes, que são em sua maioria incapazes de se defender. Com muitos sofrendo nas mãos da enfermeira Mildred Ratched (Louise Fletcher, de “Segundas Intenções“), McMurphy trocou um tormento por outro e precisa agora decidir como agir em relação a isso. Tanto Nicholson quanto Fletcher ganharam estatuetas por seus trabalhos no filme, assim como o diretor Milos Forman (“O Povo Contra Larry Flint“). Para Nicholson, no entanto, este foi o primeiro de três Oscars que receber em sua carreira.

“O Poderoso Chefão: Parte II” (1974)

Apesar de se tratar de uma trilogia magnífica, “Parte II” foi o filme mais premiado, levando seis Oscars na cerimônia de 1975. Entre os troféus estão Melhor Filme, Melhor Direção para Francis Ford Coppola (“Apocalypse Now“), Melhor Ator Coadjuvante para Robert De Niro (“Taxi Driver“) e Melhor Roteiro Adaptado.

Nesta segunda parte, vemos, em duas linhas temporais distintas, o início da trajetória de Vito Corleone (De Niro) ao topo da hierarquia da máfia italiana em Nova York, além dos desafios enfrentados por seu filho Michael (Al Pacino, de “Um Dia de Cão“) para manter a família neste posto. Uma das maiores controvérsias da história da premiação está no fato de Pacino não ter ganho a estatueta de Melhor Ator, dada a Art Carney por seu trabalho em “Harry, Amigo de Tonto“.

“Laços de Ternura” (1983)

Aurora (Shirley MacLaine, de “Se Meu Apartamento Falasse“) e Emma (Debra Winger, de “Terra das Sombras“) são mãe e filha, mas não poderiam ser mais diferentes uma da outra. O filme cobre quase três décadas do relacionamento de ambas, desde o casamento complicado de Emma até a paixão de Aurora por seu vizinho astronauta.

Indicado para onze Oscars em 1984, o filme levou para casa cinco, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção para James L. Brooks (“Melhor é Impossível“). MacLaine e Winger ainda concorreram ambas à categoria de Melhor Atriz, com MacLaine levando o prêmio. Jack Nicholson (“O Iluminado“) e John Lithgow (“Interestelar“) também concorreram juntos a Melhor Ator Coadjuvante, com Nicholson levando a melhor.

“Onde Os Fracos Não Têm Vez” (2007)

Os irmãos Ethan e Joel Coen (“Fargo – Uma Comédia de Erros“) são, por si só, verdadeiras instituições dentro da indústria cinematográfica, com a maioria dos filmes que lançam sendo indicados a diversos prêmios. Mas com “Onde Os Fracos Não Têm Vez” eles tiveram seu maior carro-chefe no Oscar, lhes rendendo três estatuetas: Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado – além de Melhor Ator Coadjuvante para Javier Bardem (“Mãe!“).

Na trama, o caçador Llewelyn Moss (Josh Brolin, de “Deadpool 2“) descobre mais de dois milhões de dólares deixados para trás em uma negociação de drogas que acabou com todas as partes assassinadas. Ele se apropria do dinheiro, o que o coloca em rota de colisão com o assassino em série Anton Chigurh (Bardem), um dos melhores vilões da história do cinema.

“Argo” (2012)

Enquanto não costuma ser lembrado como um grande ator, sem dúvidas Ben Affleck (“Liga da Justiça“) é um nome influente na indústria cinematográfica – apesar das recentes denúncias de comportamento abusivo contra ele em meio aos movimentos #MeToo e Time’s Up. Affleck tem dois Oscars em seu currículo: um pelo roteiro original de “Gênio Indomável” (também disponível pela Netflix) e outro pela produção de “Argo” (lhe dando a estatueta de Melhor Filme).

Este último conta a história real da operação para resgatar funcionários norte-americanos presos no Irã em meio à Revolução Iraniana de 1979, disfarçada sob o pretexto das gravações de um suposto filme de ficção científica. Apesar de sua direção neste filme ter sido indicada a diversos prêmios, Affleck sequer foi indicado no Oscar de 2013.

“Whiplash – Em Busca da Perfeição” (2014)

Apesar de recente, “Whiplash” já é um clássico. O filme trabalha a relação entre mestre e aprendiz de uma forma intensa e vibrante. A história é contada pelos olhos de Andrew (Miles Teller, de “Quarteto Fantástico“), aspirante a baterista de jazz que sonha em ser um dos maiores deste gênero musical, treinando muito para isso. Quando ele chama a atenção de Fletcher (J.K. Simmons, de “Juno“), professor do conservatório que ambos frequentam, o jovem é obrigado a rever suas definições de empenho e dedicação, tendo que lidar frequentemente com suas mãos sangrando após ensaios e cadeiras sendo arremessadas em sua direção, tudo em prol da perfeição. Apesar do merecido Oscar de Ator Coadjuvante para J.K. Simmons, o diretor Damien Chazelle (“La La Land“) sequer ser indicado à categoria de Melhor Direção permanece até hoje como uma das maiores injustiças da premiação.

“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (2016)

Um dos filmes mais lindos do passado recente, “Moonlight” foi indicado a oito Oscars, conquistando três, incluindo Melhor Filme em 2017 (desbancando o favorito “La La Land“), Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante para Mahershala Ali (“Estrelas Além do Tempo“). Temos contada em três etapas diferentes da vida a história de Chiron (Alex Hibbert, de “Pantera Negra“, Ashton Sanders, de “Straight Outta Compton“, e Trevante Rhodes, da série “Westworld“), jovem negro habitante da periferia de Miami. Enquanto cresce e começa a descobrir mais sobre quem é – entre personalidade, sexualidade, classe social, entre outros -, ele é obrigado a encarar diariamente ambientes cercados de violência e intolerância.

O catálogo brasileiro da Netflix oferece atualmente um total de 47 filmes foram agraciados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, desde “A Batalha de Midway“, documentário-curta de John Ford de 1942, até “Moonlight – Sob a Luz do Luar“, primeiro filme de temática LGBT a conquistar o troféu de Melhor Filme, na cerimônia de 2017. Deste total, treze filmes foram coroados com o prêmio de Melhor Filme, nove com Melhor Direção, sete com Roteiro Original e quinze com Roteiro Adaptado. Podemos ver onze performances de Melhor Ator, com o mesmo número para Ator Coadjuvante, além de cinco de Melhor Atriz e quatro de Atriz Coadjuvante.

Se o que você busca é quantidade de prêmios recebidos, também sairá satisfeito, já que dez filmes do catálogo contam com quatro Oscars ou mais. O grande vencedor é “Amadeus“, com oito estatuetas. “Patton – Rebelde ou Herói?” e “O Poderoso Chefão: Parte II“, têm sete e seis, respectivamente. O artista mais premiado é Jack Nicholson, contemplado três vezes: Melhor Ator por “Um Estranho no Ninho” e “Melhor é Impossível” e Ator Coadjuvante por “Laços de Ternura“. Ele é seguido pelo diretor Milos Forman, que tem duas estatuetas em sua categoria, também por “Um Estranho no Ninho” e “Amadeus“.

A cerimônia de entrega do Oscar 2018 ocorrerá no dia 04 de março, no Teatro Dolby em Los Angeles, Califórnia. O Cinema Com Rapadura tem preparada uma cobertura especial para este ano, então fique ligado!

Julio Bardini
@juliob09

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