Cinema com Rapadura

Colunas   sexta-feira, 21 de abril de 2017

Conheça as principais adaptações de obras de Stephen King para o cinema

Com o lançamento de "A Coisa" e "A Torre Negra" para 2017, o autor é um dos mais adaptados na história da literatura.

O ano de 2017 certamente ficará marcado para os fãs de Stephen King. Nada menos que 4 de suas obras serão adaptadas: duas para a TV e duas para o cinema. Aliás, duas de suas mais importantes obras para o cinema: “A Torre Negra” e “A Coisa”.

Essas novas adaptações se juntam às mais de 200 que tem como inspiração os romances e contos de Stephen King. Entre longas, curtas, séries, minisséries, remakes, continuações. Obras que vão do horror ao drama, da ficção científica ao thriller policial. São histórias sobre vampiros, lobisomens, carros assassinos, fantasmas, aliens, palhaços, criaturas de outras dimensões, viagem no tempo, telecinese.

Stephen King já escreveu sobre praticamente tudo dentro e fora da ficção. Por esse motivo, ele é um dos escritores vivos mais adaptados para outras mídias. Isso faz com que seja praticamente impossível encontrar alguém que nunca tenha visto uma das adaptações dos livros do mestre do suspense contemporâneo.

Para se preparar para o que vem pela frente, que tal conhecer as principais adaptações do universo literário extremamente plural de Stephen King?

“Carrie, a Estranha” (1976) 

Sinopse do livro: “Carrie, a Estranha” narra a atormentada adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as garotas de sua idade. Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, objetos voam, portas são trancadas ao sabor do nada, velas se apagam e voltam a iluminar, misteriosamente.

Publicado em 1974, adaptado dois anos depois por Brian De Palma, “Carrie, a Estranha” serviu para impulsionar o nome de Stephen King à fama. O livro já havia o colocado num lugar de prestígio, mas com o filme, King tornou-se uma celebridade. A grande diferença entre livro e filme está no perfil da protagonista, que no romance é uma adolescente obesa. Na versão para o cinema a atriz Sissy Spacek deu vida à personagem, como uma adolescente extremamente magra, mas vítima de bullying da mesma forma. A cena final, no baile de formatura é uma das cenas mais intensas já escrita por Stephen King e reconstruída magistralmente por De Palma.

O filme teve uma sequência em 1999 e dois remakes, um em 2002 e o segundo em 2013. Este último, dirigido por Kimberly Peirce, tem Julianne Moore como a mãe fanática e Chloë Grace Moretz como Carrie, em um papel que ela certamente não convence.

“O Iluminado” (1980) 

Sinopse do livro: Jack Torrence consegue um emprego de zelador em um velho hotel, e acha que será a solução dos problemas de sua família – não vão mais passar por dificuldades, sua esposa não vai mais sofrer e seu filho, Danny, vai poder ter ar puro para se livrar de estranhas convulsões. Mas as coisas não são tão perfeitas como parecem – existem forças malignas rondando os antigos corredores. O hotel é uma chaga aberta de ressentimento e desejo de vingança, e, inevitavelmente, um embate entre o bem e o mal terá de ser travado.

Considerado por muito dos fãs do escritor como o livro mais assustador, a adaptação chegou aos cinemas em 1980, pelas mãos de Stanley Kubrick. O filme logo se tornou um divisor de águas para o terror no cinema. A ótima atuação de Jack Nicholson aliada à crescente sensação de claustrofobia e desconforto que o filme passa, fizeram desta uma das mais famosas adaptações das obras de Stephen King.

O autor, por sua vez, criticou a obra, afirmando que deixava de lado diversos elementos importantes do livro. O descontento foi tão grande que em 1997 o próprio King roteirizou uma minissérie em três episódios. Muito mais fiel ao livro, a minissérie nunca teve o mesmo impacto e prestígio alcançado pelo filme.

“Conta Comigo” (1986)

Sinopse do livro:  Com o conto “Outono da inocência – O corpo”, o autor dá novos contornos ao tema do rito de passagem da juventude para a maturidade, utilizando-se das reações de um grupo de adolescentes confrontados com a morte ao se verem diante de um cadáver.

O livro “Quatro Estações” tem algumas das mais belas histórias feitas por Stephen King. Trata-se de uma coletânea de quatro contos que abordam temas como justiça, nazismo, consumo de drogas. Cada conto faz referência a uma estação do ano, sendo o Outono da Inocência a história que deu origem ao clássico “Conta Comigo”.

Dirigido por Rob Reiner em 1986, é uma das mais emocionantes adaptações feitas das obras do escritor. A trilha sonora do filme é outro destaque. “Stand By Me”, na voz de Ben E. King, coloca a amizade dos quatro garotos como um personagem à parte no filme.

“Cemitério Maldito” (1989)

Sinopse do livro: Louis Creed, um jovem médico de Chicago, acredita que encontrou seu lugar na pequena cidade de Maine. A boa casa, o trabalho na universidade, a felicidade da esposa e dos filhos lhe trazem a certeza de que fez a melhor escolha. Num dos primeiros passeios familiares para explorar a região, conhecem um cemitério no bosque próximo a sua casa. Para além dos pequenos túmulos há, no entanto, um outro cemitério. Uma terra maligna que atrai pessoas com promessas sedutoras e onde forças estranhas são capazes de tornar real o que sempre pareceu impossível. Com o tempo ele percebe que há coisas que nem mesmo a sua ciência pode explicar. Que mistérios esconde o cemitério dos bichos? Terá o homem o direito de interferir no mundo dos mortos?

Considerado pelo próprio Stephen King como a sua obra mais terrível pela falsa sensação de esperança que ela carrega, o filme, dirigido por Mary Lambert em 1989, mantém o mesmo clima do livro. Um terror absolutamente marcante com cenas que levam do drama ao medo absoluto, embora um pouco datado. A própria Lambert dirigiu uma sequência em 1992. Um remake foi anunciado, mas até o momento não foram divulgados nomes para direção, elenco nem o ano do lançamento. 

A trilha sonora também é destaque. A música tema foi feita pelos Ramones, a pedido do próprio Stephen King.

“Louca Obsessão” (1990)

Sinopse do livro: Paul Sheldon é um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers protagonizados por Misery Chastain. No dia em que termina de escrever um novo manuscrito, decide sair para comemorar, apesar da forte nevasca. Após derrapar e sofrer um grave acidente de carro, Paul é resgatado pela enfermeira aposentada Annie Wilkes, que surge em seu caminho. A simpática senhora é também uma leitora voraz que se autointitula a fã número um do autor. No entanto, o desfecho do último livro com a personagem Misery desperta na enfermeira seu lado mais sádico e psicótico. Profundamente abalada, Annie o isola em um quarto e inicia uma série de torturas e ameaças, que só chegará ao fim quando ele reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado.

Diversas obras de Stephen King tem um lado autobiográfico. Em “O Iluminado”, Jack Torrance foi inspirado nele mesmo, em um período em que enfrentou problemas com o uso abusivo de álcool. Em “Louca Obsessão”, o escritor fala sobre o assédio de fãs que não separam a realidade da ficção.

Com direção de Rob Reiner, a ideia era trazer Jack Nicholson para o papel principal. O ator recusou por traumas depois de seu papel em “O Iluminado”. Coube a James Caan assumir o papel neste trhiller extremamente tenso. Kathy Bates faz uma psicótica Annie Wilkes, papel que lhe rendeu um Oscar em 1991.

“Um Sonho de Liberdade” (1994)

Sinopse do livro: Em “Primavera eterna – Rita Hayworth e a redenção de Shawshank”, o escritor toma a injusta condenação de um homem à prisão perpétua como ponto de partida para falar sobre o desejo de liberdade.

Mais uma das histórias saídas do livro “Quatro Estações”, o filme foi lançado em 1994 com a direção de Frank Darabont (que dirigiu outras duas adaptações de Stephen King). Conta com Tim Robbins, como o homem preso por um crime que nunca cometeu e sonha em conquistar sua liberdade novamente. Morgan Freeman interpreta um dos presos e constrói uma amizade com Robbins enquanto este tenta imaginar como provar sua inocência.

O filme teve um faturamento baixo nos cinemas, mas foi aclamado, tanto pela crítica quanto pelo público. Trata-se de mais uma das histórias dramáticas de Stephen King com uma bela execução no cinema.

“À Espera de um Milagre” (1999)

Sinopse do livro: Uma trama de mistério e terror, ambientada nos anos 30, em plena Depressão americana, num cenário de desespero e sufoco – a Penitenciária de Cold Mountain. O autor foi buscar no lado mais sombrio de sua imaginação a história de John Coffey, condenado à morte, e seu encontro fatal com o carcereiro Paul Edgecombe.

Foi a segunda adaptação de Stephen King dirigida por Frank Darabont, talvez a mais fiel até então. O filme tem Tom Hanks como o carcereiro Paul Edgecombe e Michael Clarke Duncan no seu mais intenso papel, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. O filme soube captar o melhor do lado dramático da obra e boa parte disso se deve à atuação de Duncan como John Coffey (“como café, mas se escreve diferente”). Quem ler o livro depois de assistir o filme, não consegue imaginar alguém diferente de Duncan para o personagem.

“O Nevoeiro” (2007)

Sinopse do livro: Depois de uma terrível tempestade, uma estranha névoa encobre uma pequena cidade. Criaturas ocultas no nevoeiro atacam as pessoas que saem às ruas. Um grupo fica preso em um supermercado e não pode sair do estabelecimento temendo ser atacado. A partir de então, começa uma luta sangrenta pela sobrevivência.

Adaptado de um conto homônimo do livro “Tripulação de Esqueletos”, esse é o terceiro dos três filmes que Frank Darabont adaptou para o cinema. Também possui um final diferente do conto (e certamente mais angustiante), e é um horror com elementos de ficção científica e forte influência de H.P. Lovecraft. O clima de tensão se mantém por todo o filme, que se passa quase que inteiramente dentro de um mini mercado. O conto ganhará uma nova adaptação, desta vez para a televisão e será lançado em 2017.

“It: Uma Obra Prima do Medo” (1990) 

Sinopse do livro: Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e… do medo. O mais profundo e tenebroso medo. Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças.

Uma das mais espetaculares obras de Stephen King não chegou a ser lançada para o cinema, mas em 1990 ganhou uma adaptação para a televisão em dois episódios, ambos dirigidos por Tommy Lee Wallace. A versão tem o ator Tim Curry no papel do palhaço Pennywise, num de seus mais icônicos papéis. Controversa, a série tem um final que desagrada a maior parte do público. Um problema que se deve à extensão da obra original, com mais de 1000 páginas.

Em setembro de 2017 chega nos cinemas uma nova adaptação do livro. Também dividido em duas partes, o filme terá a direção de Andrés Muschietti, e contará Bill Skarsgård como o palhaço Pennywise. A primeira parte irá mostrar os acontecimentos de Darry (outra das cidades fictícias criadas por Stephen King) com os protagonistas ainda jovens, descobrindo e confrontando seus próprios medos.

“A Torre Negra” (2017)

Sinopse da obra: Apontada como a mais importante obra de Stephen King, a série “A Torre Negra” foi descrita por ele mesmo como “o mais longo romance popular de todos os tempos”. Inspirada no universo imaginário de J.R.R. Tolkien e no poema épico do século XIX “Childe Roland à Torre Negra Chegou”, e repleta de referências à cultura pop, às lendas arturianas e ao faroeste, “A Torre Negra” mistura ficção científica, fantasia e terror numa narrativa que forma um verdadeiro mosaico da cultura popular contemporânea. Elaborados ao longo de trinta e três anos entre 1970 e 2003, os sete volumes de “A Torre Negra” transportam o leitor para uma jornada épica e arrebatadora na qual o protagonista Roland Deschain é o último de sua casta num mundo que seguiu adiante. Seu objetivo? chegar à Torre Negra. O motivo? Nem mesmo ele sabe dizer…

Essa é certamente a obra que os fãs mais aguardam, e ao mesmo tempo a mais complicada. As mais de 4000 mil páginas que narram a épica jornada de Roland abraçam todo o universo já criado por King. A adaptação chega aos cinemas ainda em 2017 pelas mãos do diretor Nikolaj Arcel. Idris Elba faz o papel de Roland e não deve seguir a ordem dos livros. Provavelmente a Warner Bros. pretende fazer uma série de filmes inspirados nos eventos da história.

Esses são apenas algumas das obras feitas por Stephen King que ganharam uma versão para as telonas. A lista é enorme, e muitas vezes o público nem percebe que foram baseados em histórias do escritor, por não serem filmes de terror ou suspense.

Qual o seu favorito? E qual você acha que poderia estar na lista?

Robinson Samulak Alves
@rsamulakalves

Compartilhe


Conteúdos Relacionados